Respostas
Como relançar a competitividade e lutar contra o desemprego, preservando o modelo social europeu? A crise económica e financeira coloca a UE perante desafios que, não sendo novos, assumem proporções inéditas. A Comissão parlamentar especialmente criada para fazer face à actual situação de crise tenta encontrar as respostas para o problema e no final de Janeiro organizou uma audição pública, na qual participaram diversos peritos.
Será o modelo de "flexi-segurança" praticado nos países nórdicos adequado para minimizar a tensão existente entre economia e protecção social? De acordo com Mario Monti, ex-comissário europeu e actual Presidente da Universidade Bocconi de Milão, "não devemos ser tímidos" no que se refere ao aumento dos impostos de uma forma mais progressiva e à harmonização das políticas fiscais da União Europeia.
Prestações sociais em risco
Apesar da retoma gradual da economia, a taxa de desemprego continua a aumentar e aproxima-se da média de 10%. "A situação que se vive na Europa é terrível", afirmou o eurodeputado alemão Wolf Klinz (ADLE), Presidente da Comissão CRIS do Parlamento Europeu, especialmente criada para fazer face à crise económica e financeira que teve início em 2008. Uma das eventuais consequências directas desta situação será a nova redução das prestações sociais.
De acordo com a Organização Internacional do Trabalho, estima-se que mais 3 milhões de cidadãos fiquem desempregados este ano e será necessário aguardar por 2013 até que o nível de emprego regresse aos valores anteriores à crise. Até ao momento, foi possível salvar 11 milhões de empregos através do pacote social implementado pelos países do G20.
Custos do envelhecimento da população
Os sistemas de reforma também estão em risco. De acordo com o economista Edward Whitehouse, da OCDE, é necessário proceder à reforma do sistema de reformas, uma vez que o custo do envelhecimento da população será dez vezes superior ao custo da crise. "Nenhum país nem nenhum sistema está livre de perigo", acrescentou Whitehouse.