• Matéria: História
  • Autor: karenrfranca
  • Perguntado 7 anos atrás

O governo Médici foi uma ditadura ou um regime militar? É por quê????

Respostas

respondido por: cauanneponcini
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Antecedentes do Governo Médici

Nascido no Rio Grando do Sul em 1905, Médici formou-se aspirante na Escola Militar do Realengo, no Rio de Janeiro, e foi um dos apoiadores da Revolução de 1930, assim como um dos detratores de João Goulart, contra sua posse na ocasião da renúncia do então presidente Jânio Quadros.

Apoiou o Golpe Militar de 1964 em sua posição como comandante da Escola Militar das Agulhas Negras, e, com a posse de Costa e Silva, tornou-se chefe do SNI, o Serviço Nacional de Informações, agência brasileira que servia como órgão de espionagem externa e interna, e eventualmente tornou-se parte do aparelho repressor da ditadura. Na ocasião de sua indicação pela Junta Militar Provisória como sucessor de Costa e Silva, Médici reabriu o congresso e fez-se "concorrer" como candidato único da ARENA, recebendo 293 votos (os da ARENA), com os 75 membros do MDB recusando-se a votar.

A Presidência de Médici

Médici tomou posse em 1969 prometendo reestabelecer a democracia no Brasil até o final de seu mandato, que seria em 1974. Ao invés disso, manteve o AI-5 e recrudesceu a repressão, caçando as guerrilhas de esquerda no Brasil, e rebatendo acusações internacionais de tortura e assassinato com a justificativa de uma "grande conspiração comunista", que visava manipular a imprensa internacional contra o seu governo.

Seu governo também foi marcado pelo chamado "Milagre Brasileiro", um período de suposto crescimento econômico e desenvolvimento, que na verdade se provou uma bolha sustentada pela especulação e pelo aumento astronômico da dívida externa. O milagre acabou no Crash de 1974, com a alta repentina do petróleo de pouco mais de 3 dólares o barril para mais de 11 dólares, o que causou um salto na inflação de 15% ao ano para 34,5% ao ano, o começo de uma tendência que culminaria no período de ultra-inflação do final da década de 1980. Seu governo tornou-se muito popular graças à esta imagem de desenvolvimento, reforçada por um gasto exorbitante em propaganda, e em obras ditas "faraônicas", como o Programa Nuclear Brasileiro e a Rodovia Transamazônica.

Criou também o PRORURAL, programa que concedia benefícios como aposentadoria e plano de saúde para trabalhadores rurais, e o MOBRAL, programa idealizado pelo tenente-coronel Jarbas Passarinho, então Ministro da Educação, para promover a alfabetização de jovens e adultos no interior do país. Também foi durante o seu governo que foram iniciadas as obras da Hidrelétrica Binacional de Itaipu, uma resposta às crescentes demandas por energia elétrica causados pelo frenesi econômico durante o período do "Milagre Economico Brasileiro".

Terminou seu mandato, em 1974, sem cumprir sua promessa de redemocratização, e cedeu o posto ao sucessor indicado pelo exército, o também general Ernesto Geisel.

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