Respostas
Na prática, a mulher na Igreja católica não pode aspirar aos cargos mais elevados na hierarquia da Igreja. Somente ocupa posições subalternas: pode ajudar ao padre a distribuir a comunhão (o que nem é permitido por todos os bispos!), ser catequista, ser secretária da igreja, limpar e enfeitar as igrejas: as irmãs religiosas(freiras) devem ter um homem (padre), geralmente indicado pelo bispo da região, para ser orientador espiritual e confessor das mesmas. Portanto, em relação ao poder, as mulheres na Igreja Católica ocupam um lugar subalterno e de submissão. Em princípio há uma desconfiança originária em relação ao trabalho da mulher, por parte da hierarquia masculina, sempre se está na expectativa de que não se pode confiar na mulher, um dia fará besteira.
Mesmo assim, o que de certa forma é paradoxal, quem instrui os homens na religiosidade, desde o nascimento, são as mulheres como mães, como catequistas, como animadoras da vida religiosa das paróquias. Sem as mulheres o catolicismo não teria a dinâmica que demonstra em muitas de suas atividades pastorais, sociais e culturais. O Brasil não seria o maior país católico do mundo sem as mulheres, que, por exemplo, no Brasil-colônia instruíam os escravos na prática e doutrina cristãs. Os homens, muitas vezes, apenas possuem a compreensão religiosa que aprenderam nos joelhos de suas mães. A hierarquia masculina da Igreja sabe disto. Mesmo assim não cede a uma participação plena da mulher na organização hierárquica de funções.
Novamente, num sentido teológico teórico, nada se deveria exigir diferentemente dos homens e das mulheres no que se refere à pureza de vida e à prática religiosa. Na prática, no entanto, se exige da mulher atitudes que deveriam corresponder ao que se imagina ter sido a vida da Mãe de Jesus, a Virgem Maria: pura, casta, submissa, dona de casa, doméstica, calada. Assim se propõe: que a mulher se cale na Igreja (ela não deve fazer homilias); a mulher deveria usar véu na Igreja (pois assim ela encobre sua beleza, que poderia ser tentação para os anjos e os homens); que a mulher seja submissa a seu marido, seja reservada mãe-de-família, preferivelmente cuidando da casa. Por isto, durante séculos, as mulheres, também na Europa, em quase sua totalidade permaneciam analfabetas, não tinham profissão fora de casa. O que, com toda certeza, era um equívoco, inclusive para uma sã teologia cristã.
Para legitimar certas restrições às mulheres se argumentava que fora Eva que induzira Adão ao pecado, que motivou a expulsão da humanidade do Paraíso. Em outras palavras, isto significava que as mulheres eram culpadas pelos males, de toda ordem, existentes na humanidade. A partir desta ideia, a mulher era vista como um perigo para homem, ela induzia o homem ao pecado; na questão sexual, ela era a prostituta (o homem nunca foi denominado de prostituto!); as bruxarias, pactos com o demônio teriam sido mais frequentes entre as mulheres, dali terem sido reprimido mais as mulheres como autoras de bruxarias. Claro, também houve homens condenados por bruxaria na Idade Média.
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