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A lírica amorosa camoniana está ligada a uma concepção neoplatônica do amor. Isto quer dizer que, para Camões, o Amor (com maiúscula) é um ideal superior, único e perfeito, o Bem supremo pelo qual ansiamo. Mas, seres decaídos e imperfeitos, somos incapazes de atingir esse ideal. Resta-nos a contingência do amor físico (com minúiscula), simples imitação do Amor ideal. A constante tensão entre esses dois pólos gera toda a angústia e insatisfação da alma humana.
A mulher, objeto do desejo, também ela um ser imperfeito, é espiritualizada em suas poesias, tornando-se a imagem da Mulher ideal.
A mutabilidade e o desconcerto do mundo
Adotando o neoplatonismo, Camões contrapõe a perfeição do mundo das Idéias às imperfeições do mundo terreno. A vida humana está condicionada a essas imperfeições, mas o espírito anseia por outros horizontes. Disso resulta uma visão extremamente pessimista da vida. Sua poesia reflexiva não revela, entretanto, simples adesão aos lugares-comuns da filosofia neoplatônica. Ela brota dos problemas existenciais do próprio autor, de suas frustrações e atribulações. E é isso que a torna superior.
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