Respostas
Até parte do século II d.C., o Império Romano viveu um período de relativa paz e grande prosperidade, que ficou conhecido como Paz Romana. O final desse período foi marcado pela morte do imperador Marco Aurélio em 180 d.C., inciando-se, assim, a decadência romana, que se estendeu até a fragmentação da parte ocidental do império em 476.
A decadência do Império Romano estava relacionada, primeiramente, com a crise do sistema escravista, iniciada na transição do século II para o século III d.C. Esse sistema era parte essencial da economia romana, que contava com a renovação da população de escravos do império por meio das guerras de conquista e expansão, típicas da história romana.
No entanto, essas guerras de conquista não aconteciam desde o século II d.C., com a última grande vitória romana contra os dácios em 106 d.C., durante a Batalha de Sarmizegetusa. Após essa posse de parte da Dácia, os romanos não realizaram novas conquistas e, com isso, a obtenção de novos escravos foi interrompida.
Com a diminuição na quantidade de escravos e como não havia a renovação natural dessa população, a disponibilidade dessa mão de obra no império começou a diminuir. Assim, esse processo afetou a economia romana e causou a diminuição de sua produtividade, provocando, consequentemente, um aumento no custo de vida em todo o império.
Além da crise do sistema escravista e da economia, a crise política também contribuiu para o enfraquecimento do império. Esse período na história romana, entre o século III e V, foi marcado por uma intensa disputa pelo poder, com conspirações sendo realizadas contra os imperadores, o que gerava uma instabilidade que enfraquecia a administração romana.
Essa crise política estava relacionada, principalmente, com o fortalecimento da figura do imperador com a profissionalização do exército romano. Como a continuidade do poder em Roma não acontecia necessariamente a partir da hereditariedade, e sim pela influência, os generais, muitas vezes, conspiravam para garantir uma posição de poder.
Por fim, o crescimento do cristianismo foi um outro fator de relevância para o agravamento dessa crise, uma vez que o avanço dessa religião provocou o enfraquecimento da figura do imperador, já que os cristãos não aceitavam prestar-lhe culto religioso, como era o costume na época. Além disso, os cristãos eram contrários à escravidão, e o crescimento dessa religião contribuiu para enfraquecer ainda mais uma instituição já debilitada.