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Até agora era consenso que a alteração da vegetação na região teria sido provocada por mudanças climáticas, quando árvores perenes foram trocadas por savanas e campos. A partir da análise de sedimentos da bacia do congo, pesquisadores do Instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar concluíram que os Bantu, há 3 mil anos, intensificaram o uso do solo e facilitaram o processo de erosão à medida que cortavam árvores para criar terra arável para a agricultura e para a metalurgia de ferro.
“Nosso estudo confirma que já na pré-história, atividades humanas já tinham impacto nas florestas tropicais. Obviamente, naquela época, os Bantu já limpavam a terra para cultivar as lavouras e, talvez depois para produzir carvão para a metalurgia”, disse ao iG Germain Bayon, autor do estudo publicado hoje (9) no periódico científico Science.
Erosão atrapalhou plantio
Bayon acredita que é muito provável que a erosão pode ter tido influência na migração dos agricultores Bantu. “Primeiro, porque a mudança climática progressiva levou ao surgimento de uma sazonalidade mais acentuada, com alternâncias drásticas das estações secas e chuvosas”, disse. A sazonalidade era uma condição indispensável para o cultivo de culturas como o milho.