• Matéria: Sociologia
  • Autor: soareseduardo041
  • Perguntado 7 anos atrás

explique a noção da origem do individuo e da sociedade na visão de norbert elias ?

Respostas

respondido por: luanjustin1994
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Norbert Elias sociólogo alemão nasceu em Breslau em 22 de junho de 1897, de família judaica, precisou quando Hitler se tornou chanceler da Alemanha fugir e exilar-se na França em 1933, posteriormente estabeleceu-se na Inglaterra onde passou grande parte de sua vida. Infelizmente seus trabalhos tiveram reconhecimento tardiamente.

As obras de Elias destacaram-se por tratar da relação entre poder, comportamento, emoção, abarcando conhecimento sociológico, psicológico, antropológico e histórico. Formou-se nas universidades de Breslau e Heidelberg, lecionou na Universidade de Leicester durante sete anos (1945-62) ainda foi professor visitante na Alemanha, Holanda e Gana. O reconhecimento tardio veio apenas na década de 70 com a publicação de A sociedade de corte. Tendo ainda outros livros como, Os alemães, Os estabelecidos e os outsiders, Mozart: sociologia de um gênio, A peregrinação de Watteau à Ilha do Amor, O processo civilizador (2 vols.), Sobre o tempo, A sociedade dos indivíduos e A solidão dos moribundos.


Elias trabalhou padrões europeus pós-medievais como violência, comportamento sexual, funções corporais, tempo, as profissões, o futebol, formas de discurso.[4] Elias não entendia o processo civilizador em termos metafísicos, como se a evolução social fosse devido a um progresso automático e específico.

Sendo tardiamente descoberto Elias trouxe para a sociologia conceitos novos, idéias novas, novas abordagens a respeito do desenvolvimento da sociedade e das mudanças históricas, do desenvolvimento dos indivíduos individual e socialmente. Criticava as correntes que objetivavam a pesquisa no indivíduo assim como a pesquisa na sociedade, que segundo ele não coalescem. Elias morreu em Amsterdã, 1 de agosto de 1990.

           

A sociedade dos indivíduos

 

Todos sabem o que se pretende dizer quando se usa a palavra “sociedade”, ou pelo menos todos pensam saber. A palavra é passada de uma pessoa para outra como uma moeda cujo valor fosse conhecido e cujo conteúdo já não precisasse ser testado. Quando uma pessoa diz “sociedade” e outra a escuta, elas se entendem sem dificuldade.

Mas será que realmente nos entendemos? (ELIAS, 1994, p. 63).

 

Norbert Elias parte da pergunta a respeito do que se entende por sociedade, como está sociedade é entendida a partir de um diálogo, entre uma conversa a respeito do que é uma sociedade as pessoas se entendem. No senso comum as pessoas se entendem, mas cientificamente falando nos entendemos. O que as ciências sociais entende por sociedade.

           Se a sociedade é nada mais nada menos que uma porção de pessoas juntas. Daí parte a questão principal uma porção de pessoas juntas na Índia, na China, na América, na Grã-Bretanha são iguais?, a sociedade européia do século XII é igual a sociedade européia do século XVI ou XX?. Logicamente que não. As sociedades possuem estruturas diferenciadas. A formação dessa estruturação social independe de cada indivíduo, independe da vontade das pessoas, ela é formada alegoricamente, sem um único planejamento.  

Segundo Elias dois campos disputam o diálogo a respeito do papel do indivíduo e da sociedade, essas duas correntes elaboram entendimentos antagônicos, uma corrente que defende a sociedade como se está fosse planejada a partir daí procuram para explicá-la exemplos das formações institucionais, como polícia, parlamento, etc., como a construção da estrutura social. Entendem o Estado como uma manutenção da ordem, e a linguagem como comunicação entre as pessoas, como se fossem criados com fins específicos por indivíduos isolados como se seguisse um planejamento racional.

A outra corrente entende o indivíduo como se não tivesse papel nenhum como a sociedade, como se este não tivesse papel nenhum a sociedade é concebida como uma entidade orgânica supra-individual que avança inelutavelmente para a morte, atravessando etapas de juventude, maturidade e velhice. Dessa forma, existe um grande abismo entre indivíduo e sociedade, todos os lados então possuem “antinomias”.

Para Elias a idéia que temos de sociedade e a idéia que temos de indivíduo nunca chegam a coalescer, “Ninguém dúvida de que os indivíduos formam a sociedade ou de que toda sociedade é uma sociedade de indivíduos” (ELIAS, 1994, p. 16), porém para chegar a essa idéia faltam modelos, faltam conceitos, fundamentações. Elias cita o exemplo dado por Aristóteles da relação das pedras e das casas. Para criar uma casa era necessário um conjunto de pedras.

Segundo Elias a Gestalt possui elementos que explicam como as várias partes formam um produto inteiro diferenciado, como a melodia que nada é em notas individuais que se torna diferente em sua soma. Daí a teoria dos conjuntos, “[…] as unidades de potencia menor – dão origem a uma unidade de potencia maior, que não pode ser compreendida quando suas partes são consideradas em isolamento, independentemente de suas relações” (ELIAS, 1994, p. 16).


 

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