• Matéria: História
  • Autor: AndreiFerreiraLima
  • Perguntado 7 anos atrás

elabore um texto apontando aspectos culturais,sociais e religiosos da civilização mais presentes no filme apocalypto

Respostas

respondido por: marianaSantos1452
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O filme inicia com a seguinte frase: “Uma grande civilização não é conquistada de fora até que tenha destruído a si mesma por dentro” – Will Durant (historiador estadunidense, escritor da coleção A História da Civilização). Umas das explicações dadas pela historiografia sobre o desmantelamento das civilizações ameríndias estão nas rivalidades/discórdias entre eles, facilitando a dominação espanhola, no final do século XV.  Alguns pensavam, ou até pensam, que estes viviam em plena igualdade (o chamado comunismo primitivo); mas, já se sabe que havia colonização, no sentido de imposição, de dominação entre os povos ameríndios. A civilização Maia, diferentemente da Confederação Asteca, não obteve uma dominação geradora de uma territorialidade como a Confederação Asteca (Confederação controlada pela Tríplice Aliança: Asteca, Texcoco e Tlacopan;  estes recebem tributos de suas respectivas conquistas, mas, os Astecas se destacavam no setor militar). Podemos afirmar que havia uma cultura comum maia (com suas diferenças) a povos do que hoje são: a Guatemala, Honduras, El Salvador e o México; nunca um Império, como muitos abordam.


Quanto, ao aspecto social, o filme é essencialmente enfatizado na figura do homem nestas sociedades; ser corajoso, guerreiro, era características valorizadas pelos ameríndios. O filme aborda essas características através do assunto virilidade de um dos personagens; por não ter ainda filhos, o homem casado é caçoado por todos na aldeia, inclusive pela sogra. Li em algumas criticas o quanto é desconexa e contemporânea esta temática (anacrônica), exposta no filme apenas para tirar gargalhadas do expectador. Eu entendo de maneira diferente, foi uma representação com a intencionalidade de caracterizar a importância de ter filhos, de ser um guerreiro nestas sociedades. Não há um chefe específico na aldeia onde vive o protagonista, há um conjunto de homens que decidem pela aldeia, auxiliados por um concelho de anciãos. Porém, o pai do protagonista, é um dos grandes representantes, já que tem o maior número de filhos na aldeia (entre os adultos); provavelmente, somente em períodos de guerra, escolhia-se um único indivíduo para representá-los.

O contraste entre aldeias são bastante visíveis no filme: aqueles menores com integrantes que viviam basicamente da caça e coleta e eram seminômades ou semi-sedentários (conhecimento de agricultura extensiva, ou seja, de baixa produtividade); outros vivem  em cidades com extenso comércio, de animais, de escravos, de alimentos, de artesanato, rodeado por grandes templos e milhares de pessoas. Cidades que foram admiradas pelos espanhóis, segundo Hernán Cortez eram tão grandiosas quanto às grandes cidades da Espanha. Grandes cidades onde havia muita riqueza, mas também pobreza, representada no filme através dos corpos esqueléticos dos indivíduos, da simplicidade das casas, do roubo de alimentos. O filme faz uma reconstituição fantástica desses espaços, das roupas e ornamentos dessas civilizações antigas.

O Daí ocorre um dos rituais mais conhecidos e desaprovados pelos espanhóis naquele período, a retirada do coração em oferecimento aos deuses, e posteriormente, à retirada da cabeça que era jogada escada a abaixo e depois todo o corpo. Esse ritual era mais comum entre os astecas, mais sabemos da influência mútua entre esses povos através do comércio ou peregrinações, que permitiam uma extensa troca de informações culturais. A questão é, já que estavam em momento de crise, não se anula essa maior violência neste momento da história ameríndia, até mesmo que, um jovem somente se tornava adulto ao captura prisioneiros que eram destinados ao sacrifício. Era uma honra morrer sacrificado, pois seu corpo simbolizava ao deus recorrido; o sacrificado triste significava que as graças não seriam alcançadas, logo, estes eram evitados. O interessante no filme é que os prisioneiros da aldeia pequena, não conhecem o sacrifício, através de pictogramas (símbolos, imagens pintadas em paredes) compreendem o que vai ocorrer com eles; reforçando a ideia de que nem todos realizavam os mesmos rituais, cidades maiores obtiveram contanto maior com os astecas, por exemplo, tornando mais fortes estas tipologias de rituais (existem inúmeros outros). O filme fecha com a chegada dos espanhóis, aí é outra história.

Para mim o filme é muito bem composto, é claro que existem problemas (até houve uma suposta acusação de plágio aos escritores do filme); mas, somente o fato do filme ser todo em uma língua antiga maia (não sei exatamente o nome, existiam muitas línguas) e não em inglês, já dou algum crédito ao filme. Demostra certo respeito às línguas que não morreram e continuam presentes na atualidade; os atores também são locais


AndreiFerreiraLima: na verdade o "mais" era pra ser maia,mas ajudou
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