Respostas
A origem da vida é um tema que sempre despertou muito interesse e discussão mas para o qual é difícil encontrar uma resposta.
O que sabemos vem essencialmente de uma célebre experiência que consistiu em colocar num circuito fechado os gases que terão predominado na atmosfera primordial e simular relâmpagos contínuos através de descargas eléctricas. Ao fim de alguns dias, tinham-se formado aminoácidos, as unidades fundamentais das proteínas. Ou seja, as condições da Terra há cerca de 4,5 mil milhões de anos seriam suficientes para criar a matéria da qual é feita a vida. Estas primeiras moléculas orgânicas ter-se-ão agregado em estruturas designadas de coacervados, que apresentam características semelhantes às células. Mais importante, a membrana dos coacervados terá servido como barreira entre o meio externo e o interno, permitindo o aparecimento das primeiras reações celulares. A invaginação da membrana dos coacervados deverá ter originado as primeiras estruturas celulares especializadas, os organelos. Estas proto-células seriam heterotróficas (precisam de usar os nutrientes presentes no meio para assegurar as suas funções vitais) e semelhantes às células procarióticas actuais. Depois terão surgido as primeiras células autotróficas (capazes de sintetizar o seu próprio alimento). As primeiras células eucarióticas terão surgido a partir da absorção de proto-mitocôndrias e proto-cloroplastos por células predadoras.
Alterações na atmosfera terrestre
As primeiras reações químicas ocorreram provavelmente em fontes termais, no fundo do mar, em células que utilizariam o metano para a sua alimentação. Através da combustão completa deste composto, foi-se libertando dióxido de carbono.
Estes organismos primitivos fotossintéticos terão sido responsáveis por uma nova e profunda alteração na composição da atmosfera: o aparecimento do oxigénio molecular. Estavam assim criadas as condições para o aparecimento dos primeiros seres aeróbios, capazes de utilizar este gás para produzir energia de forma muito eficaz. O oxigénio foi também fundamental para a criação de uma barreira protectora das radiações solares, a camada de ozono, que abriu caminho à colonização do ambiente terrestre.
Das primeiras células à enorme diversidade de seres vivos que existem, ou existiram, na Terra
Segundo a Teoria da Evolução, existem três grandes processos que promovem a divergência estre populações, podendo dar origem a novas espécies: a seleção natural, a seleção sexual e a deriva genética. No primeiro caso, indivíduos que tenham uma qualquer característica que lhes confere vantagem num determinado meio ambiente têm maior probabilidade de sobreviver e de se reproduzirem, transmitindo essa característica à descendência. Como na Terra podemos encontrar ambientes muito distintos, características diferentes são favorecidas em meios diferentes. No segundo caso, as características que são favorecidas são aquelas que garantem uma maior probabilidade de reprodução, sem que sejam necessariamente as que favorecem a sobrevivência. Já a deriva genética é um mecanismo que afecta a composição genética de uma população unicamente devido ao acaso. Ou seja, contribui para uma possível divergência entre populações mas não influencia nem a capacidade de sobreviver nem a de se reproduzir.
Juntando as peças
O aparecimento gradual de mutações na composição das moléculas de ARN (primeiro) e DNA (mais tarde) deu origem a novas características que, por sua vez, terão possibilitado a exploração de novos ambientes. Assim, ao longo de cerca de 4 mil milhões de anos, as interações entre os seres vivos e entre si e o meio ambiente levaram a mudanças profundas no meio terrestre e permitiram que milhares de formas de vida se adaptassem das mais distintas maneiras. Hoje temos uma ideia aproximada de como este processo se desenrolou graças ao registo fóssil e à análise dos dados genéticos. Da primeira célula, ao primeiro animal, ao primeiro ser humano.