Respostas
Os resultados encontrados permitem concluir que, apesar da escassez de estudos que investigam os efeitos positivos das artes marciais sobre o desenvolvimento físico e psíquico de seus praticantes, parece haver alguma evidência de que a prática de artes marciais pode trazer como conseqüência diversas contribuições positivas para a personalidade dos praticantes, no que toca às esferas cognitiva, afetiva, motivacional, física e social do indivíduo. De modo geral, algumas características psicológicas percebidas nos praticantes de artes marciais coincidem com aquelas apontadas na literatura marcial: aumento da concentração, aumento de autoconfiança e do autocontrole, desenvolvimento habilidades sociais e respeito mútuo, exatamente os aspectos preconizados por muitos mestres, a exemplo de Gichin Funakoshi. Ainda no que diz respeito aos aspectos psicológicos, estudos têm indicado o efeito positivo na redução dos níveis de ansiedade, da depressão, do estresse e na prevenção de doenças.
Para além das características psicológicas, os estudos científicos apontam para melhorias no aspecto psicomotor e físico, especialmente de crianças e adolescentes, tais como, melhoras na coordenação de movimentos, no equilíbrio, na expressão corporal e na situação espacial, ganhos em flexibilidade, força, enrijecimento muscular, altura, peso corporal e agilidade.
Até o momento, os estudos publicados centram-se mais na fase da infância e adolescência e com amostras pequenas. Dada a escassez de pesquisas e a importância que as artes marciais parecem ter sobre o desenvolvimento físico e mental saudável dos indivíduos, novos trabalhos, especialmente empíricos e com amostras mais numerosas e variadas, incluindo indivíduos de outras faixas etárias são necessários, principalmente no momento atual, no qual as artes marciais ganham cada vez mais popularidade e destaque na mídia e sociedade do Brasil e do mundo.