Por que o Brasil não cresce como os outros?”

Gastos públicos e carga tributária estão bem acima da média, segundo relatório da Moody’s. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro poderia ser muito mais robusto do que a média de 2,2% registrada nos últimos cinco anos. Não fossem pontos de ineficiência da economia, o País aproveitaria melhor os bons ventos da cena externa e se expandiria a taxas médias que seus pares.

Essa participação pública é apontada como uma das restrições para elevar os investimentos para a casa de 20% do PIB, o que acaba por conter o potencial de crescimento econômico em uma faixa entre 3% e 3,5%, segundo estimativas do economista da Convenção Corretora e ex-secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fernando Montero, que recorda que Governo gasta muito e obriga aumento da carga tributária, que já alcança os 40% do PIB.

E a explicação para uma carga de tributos que beira os 40% do produto sufocando o setor produtivo está atrelada ao nível de gastos governamentais. Para se financiar, o governo precisa arrecadar.

Diante de todos os pontos citados, os juros entrariam apenas como coadjuvante na situação. Segundo Megale, as taxas são efetivamente um fator impedidor ao crescimento apenas no curto prazo. Mas, no longo, a tendência de crescimento é determinada pelo acúmulo de capital ganho de produtividade. “Não é o juro que muda isso. Política monetária só determina o curto prazo”.

Os entraves à expansão mais robusta não se atêm ao ambiente macroeconômico. A experiência de outros países com problemas estruturais similares ao do Brasil mostra que é possível melhorar os indicadores com perseverança do governo.

A Nova Zelândia, por exemplo, tinha na década de 1970 um grande número de empresas estatais, sistemas de saúde e educação quase integralmente públicos, pesadas políticas distributivas e forte transferência de renda para a população.

Havia um movimento de estagflação com gastos e dívida pública crescentes. Estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) indica que uma série de mudanças foram feitas, a começar pela transformação dos ministros em verdadeiros gestores públicos com maior controle de gastos e cobrança dos funcionários públicos por maiores resultados. Mudou também a forma de apresentação dos números governamentais, assemelhando-a a balanços de empresas privadas. Resultado: o país exibe gastos de 37% do PIB ante 53,8% na década de 1990. A relação entre dívida pública e produto recuou de 60,6% para 27,9% e a taxa de juros real caiu de 6,4% para 3% ao ano no mesmo período.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 5)(Simone Cavalcanti)- Texto com adaptações.
De acordo com o texto “Por que o Brasil não cresce como os outros?”, avalie as considerações abaixo:

1. O nível de gastos do governo tem aumentado, com o aumento da Carga Tributária. Mesmo que o aumento de gastos do governo na economia signifique política fiscal expansionista, o aumento dos gastos tem se revelado um fator redutor do crescimento da economia pelo lado privado.

2. No trecho “Mudou também a forma de apresentação dos números governamentais, assemelhando-a a balanços de empresas privadas”, significa que quanto mais o governo tratar as receitas e as despesas do governo, como uma empresa privada, mais chances terá de gerenciar melhor a Política Fiscal.

3. O aumento da carga tributária brasileira deve ter sido originária nos últimos anos com impostos diretos.

Indique agora quantas proposições estão incorretas:

Respostas

respondido por: gracianovieira1
15
resposta correta letra c. Apenas a 3.
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