“Ao contrário da norma-padrão, que é tradicionalmente concebida como produto homogêneo, como um jogo de armar em que todas as peças se encaixam perfeitamente umas nas outras, sem faltar nenhuma, a língua, na concepção dos sociolinguistas, é intrinsecamente heterogênea, múltipla, variável, instável e está sempre em desconstrução e em reconstrução. Ao contrário de um produto pronto e acabado, de um monumento histórico feito de pedra e cimento, a língua é um processo, um fazer-se permanente e nunca concluído. A língua é uma atividade social, um trabalho coletivo, empreendido por todos os seus falantes, cada vez que eles se põem a interagir por meio da fala e da escrita” (BAGNO, 2007, p. 36). BAGNO, Marcos. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. Agora, leia e analise os exemplos que seguem considerando a teoria supracitada:
Respostas
Olá!
Você esqueceu do restante da questão. É importante que não esqueça da próxima vez, okay? Vamos lá.
- a) A equipe do curso de Letras da Unicesumar em um “happy hour” no sábado a noite. Professora Vera: galera que semana cheia. Tanto “trampo” e tive um “perrengue” familiar.
- b) A equipe do curso de Letras da Unicesumar em uma reunião com a coordenadora Fabiane. Professora Vera: pessoal, além do excesso de trabalho, tive um contratempo familiar. Por isso, não consegui postar as questões. Mas até o final da semana que vem, estará tudo resolvido. Disponível em: . Acesso em: 20 maio 2018.
Considerando os exemplos apresentados, avalie as afirmações como (V) para verdadeiras e (F) para falsas:
I. O exemplo 1 indica que, no Rio Grande do Sul, o popular pão francês varia para cacetinho, indicando uma variação linguística lexical ou geográfica e concretiza a teoria apresentada na citação inicial, ou seja, de que a língua é heterogênea.
II. No exemplo 2, na troca do “l” pelo “r” em “probrema” e “repúbrica”, há uma variação social/diastrática, pois marca o alfabeto funcional por meio de um fenômeno denominado dislalia ou lambdacismo.
III. Quando o/a falante apresenta comportamentos linguísticos diferentes para cada situação de fala, tal qual ocorreu no exemplo 3, a sociolinguística trata como uma variação denominada como variação diatópica/geográfica.
IV. Ao ler a proibição do exemplo 4 e a mudança que ocorreu no pronome de tratamento “você” apresentada no exemplo 5, percebe-se que a língua evolui, varia e muda com o tempo, provando, pela variação histórica, que ela não é homogênea e estanque.
As afirmações I, II, III e IV são, respectivamente:
- Alternativa 1: V, V, F, F.
- Alternativa 2: V, F, F, V.
- Alternativa 3: F, F, V, V.
- Alternativa 4: V, V, V, F.
- Alternativa 5: F, F, F, V.
Tendo em vista as questões anteriores, é possível verificar que a alternativa correta é:
Alternativa 2: V, F, F, V.
A alternativas II e III estão erradas porquê:
- Na alternativa II é sugerido que o erro gramatical é causado pelo analfabetismo funcional. Na realidade, analfabetismo funcional não diz respeito aos erros causais da escrita, mas a falta de compreensão da língua escrita como um todo.
- Na alternativa III quanto a varição sociolinguística descrita, não diz respeito a variação geográfica, como o informado. Logo a afirmativa está errada.
Espero ter ajudado.