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mito, infância, fantasia.
Detenho-me em algumas marcas e inclinações da infância de outrora misturadas às
de hoje. Depois, percebo-as mediatizadas pelo "mito" e me pergunto: o que
entender por mito?
Como uma concepção histórica das coisas, a que considera o tempo presente no
momento em que foi encontrado, relação de um fato, parte da imaginação, gesto
de espontaneidade, "imagem do futuro fictício, e muitas vezes irrealizável, que
exprime os sentimentos... e leva consigo a ação" (Sorel, 1907, p. 45), define-se
mito. Ou, como diria Georges Van Riet, o mito é "magia".
Pois bem, "no mito o homem interroga o universo e seus fenômenos acerca da
natureza profunda deles, e o universo dá-se a conhecer numa resposta, numa
`profecia`"... O mito aponta para a liberdade... o mito é atividade... o mito alivia
(Jolles, 1990, p.132).
Particularmente, quero, aqui, entender por mito o sonho livre e sem limite, a
tomada das coisas, dos seres e de si, atitudes, misto de fantasias e verdades
subjacentes, em que a sua maneira de expressão é a de ser no mundo.
O mito possui várias maneiras de interpretação. Assim, ele pode ser produto da
imaginação criadora, outras vezes tem uma significação manifesta e uma oculta. A
manifesta é irreal, se diz do mito enunciado, visível e exposto. A oculta tem um
sentido latente em que se dissimula o primeiro. Também há o mito que, com a sua
obscuridade, estimula a inteligência e aquele que, por não refletir um sentido
latente, porém explicável sob uma forma desejada, fornece o melhor meio de
expressão do provável.
espero ter ajudado
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