Pégaso
Eu costumava observar Perseu do alto do Olimpo e acompanhar seu treinamento de guerreiro. Ele era jovem, veloz, esperto, mas gostava de tentar fazer coisas além de suas forças. Convidado para jantar na casa do rei, Perseu decidiu que precisava impressioná-lo. E declarou, diante de todos os convidados, que arriscaria a vida para matar Medusa, minha monstruosa inimiga, a criatura gigantesca que destruía todos os que se atrevessem a entrar em seu esconderijo nas cavernas. Medusa era o nome de uma das três cabeças que habitavam o corpo de um enorme dragão. Suas patas mortais eram de bronze, e as pequenas asas, de ouro. Seu olhar era tão poderoso que transformava homens em estátuas de pedra. Para vencê-la seria necessária muita força, agilidade e toda a proteção do mundo. Quando me contaram que Perseu havia se oferecido para enfrentar a fera, admirei sua coragem e resolvi ajudá-lo. Assim que a luta entre ambos foi marcada, tive uma ideia: chamei à minha presença Hermes, meu irmão, o mensageiro dos deuses, e juntos nos revelamos a Perseu. Nós lhe dissemos que precisávamos estar ao seu lado durante a luta e que, caso desejasse a vitória, deveria obedecer às nossas ordens. Primeiro lhe pedimos que procurasse as ninfas, as jovens mágicas dos lagos e rios, pois elas o amavam e fabricariam uma arma especial para ele. Perseu obedeceu, e das lindas ninfas ganhou sandálias aladas, uma sacola mágica e um capacete que lhe deu o poder da invisibilidade. Hermes, achando que Perseu necessitava de mais uma arma, ofereceu-lhe uma lança leve e cortante como a minha. Quanto a mim, resolvi acompanhá-lo pessoalmente e lutar ao seu lado caso fosse preciso. No dia do combate, desci até a gruta do monstro e me escondi num canto. O lugar era repugnante. A fera exalava um cheiro horrível, o ar estava úmido e pesado, por todos os lados eu via estátuas de pedras. [...] A entrada de Perseu foi inesquecível. Ele rasgou os céus como uma águia. Rapidamente aplicou um golpe certeiro no monstro e cortou uma de suas cabeças. Sangue verde espalhou-se por toda a caverna, e as duas cabeças restantes começaram a urrar. Ainda voando, Perseu afastou-se e, em seguida, apontou sua lança contra a segunda cabeça. Ela também caiu por terra. Só que, quando isso aconteceu, uma das patas do monstro o atingiu e Perseu perdeu o equilíbrio. Seu capacete despencou no chão e ele imediatamente se tornou visível. – Ah! Jovem atrevido! – gritou a Medusa com sua voz grossa e tenebrosa. No ar, Perseu voava em círculos, mantendo-se de costas para o monstro. Ele sabia que, caso a fitasse nos olhos, se transformaria numa estátua. – Agora você não me escapa! Percebi que precisava entrar em cena. Lembrei-me de que tinha um escudo comigo. Gritei: – Perseu! Apanhe o escudo, proteja-se! Recuperando as forças, Perseu agarrou meu escudo no ar. Ele havia sido forjado pelas ninfas. Sua superfície brilhava com a limpidez das águas e refletia imagens como um espelho. Empunhando-o, Perseu desafiou a fera: – Olhe para mim, criatura medonha! Quando ela percebeu o truque, era tarde demais. Perseu levantou o escudo na altura da cabeça do monstro. Assim que Medusa olhou para a própria imagem refletida em sua superfície polida, sentiu o corpo todo enrijecer-se e transformar-se numa gigantesca estátua acinzentada. Perseu desceu ao solo e eu o amparei. Ele se recostou contra a parede e, ao seu lado, presenciei uma das mais belas cenas de minha longa vida de deusa. Do sangue verde e viscoso saiu uma luz dourada e brilhante que aos poucos foi tomando forma. Lentamente foram surgindo os contornos de um maravilhoso cavalo alado. O magnífico animal aproximou-se de nós e abaixou a cabeça, balançando a crina ondulante e prateada como se nos cumprimentasse. O nome Pégaso estampou-se em minha mente e eu o acariciei. Em seguida, Perseu montou no dorso do animal para que este o levasse até seu rei. Perseu prometera entregar-lhe a cabeça cortada de Medusa. E que espanto meu jovem amigo causaria ao mostrar aos gregos seu luminoso animal e seu novo escudo, com a face tenebrosa de Medusa eternamente marcada em sua superfície mágica! Adaptado de Heloisa Prieto. Divinas aventuras – Histórias da mitologia grega. São Paulo, Companhia das Letrinhas, 1997. Questão. Diante da leitura feita e dos estudos realizados, em especial na Unidade I, produza um texto, com no máximo 01 lauda, que dê conta de expressar apenas uma das mensagens (lições) do mito. Por isso, fique bem à vontade e apresente uma lição, ou mensagem ou ainda um ensinamento que você apreendeu lendo esses mitos e que possa ser aplicado na vida pessoal ou profissional. Caso queira, pesquise sobre esse mito; por isso, alimente a sua imaginação e deixe-se envolver por essa narrativa mítica. Critérios para elaboração do texto
Respostas
respondido por:
3
Bom dia !
A mensagem de coragem do mito
O mito de fato foi de grande importância para o ser humano ao longo da história, dando acesso a um meio eficaz de entender a vida em sociedade e como ela se desenvolve.
Neste sentido, o mito traz consigo a noção de coragem, de luta para conquistar o que é seu, de fé naquilo que parece impossível e de persistência mesmo diante das adversidades que podem ser encontrada no caminho.
Perguntas similares
6 anos atrás
6 anos atrás
8 anos atrás
8 anos atrás
8 anos atrás
9 anos atrás
9 anos atrás