Respostas
Melasma é uma desordem pigmentar adquirida comum, afeta principalmente as mulheres de todos os grupos raciais e étnicos, particularmente os fototipos Fitzpatrick IV-VI. Os fatores importantes na patogênese incluem: predisposição genética, exposição à luz solar e a exposição a estrogênios. Vários métodos para tratar pacientes com melasma estão disponíveis. Este caso centra-se na utilização de nova emulsão clareadora com decapeptídeo-12, a longo prazo, na manutenção do clareamento, após despigmentação intensa com o peeling de ácido retinoico 5%.
Introdução
Muitos pigmentos são responsáveis pela cor habitual da pele do indivíduo. Outros fatores, como a vascularização, também influenciam a coloração do tegumento1-4. Alterações pigmentares e/ou vasculares podem ocorrer em várias situações, como pós-queimadura solar, pós-bronzeamento, doenças sistêmicas, alterações vasculares, dentre outras, levando a manchas na pele (hipocrômicas, acrômicas ou hipercrômicas) que costumam ser queixas na consulta ao dermatologista, por impactarem negativamente na aparência do indivíduo, gerando estresse e/ou intenso sofrimento psíquico ao paciente (1,3).
Este artigo apresenta o caso de paciente com alterações pigmentares faciais que procurou tratamento objetivando a "uniformização do tom da pele". Solicitou uso de recursos com baixo custo, compatíveis com seus hábitos de vida (profissão diurna com moderada a intensa exposição ao sol, pouco tempo para múltiplas sessões/retornos), sem evento adverso dramático (sem descamação intensa, rápida recuperação), adaptável aos fototipos altos, com melhora visível e de fácil manutenção, objetivando clareamento duradouro.
Por ser desafio frequente na prática clínica do dermatologista e a proposta terapêutica incluir uso de nova emulsão clareadora (ativo despigmentante decapeptídeo-12) o caso
será apresentado com posterior discussão sobre os fatores envolvidos na etiopatogenia da queixa clínica e os resultados observados. Por ser a emulsão clareadora com o decapeptídeo-12 nova, recém-disponível no Brasil, discutirse- ão as principais indicações, contra indicações, posologia e outras questões pertinentes, considerando as publicações e os estudos clínicos disponíveis com o decapeptídeo-12, além da experiência clínica pessoal da autora como pesquisadora e investigadora dos principais estudos realizados para adaptação do uso do produto no Brasil (1,5-12).
Caso clínico - Melasma leve paciente fototipo alto e trabalho com fotoexposição moderada a intensa.
Paciente feminina, 39 anos, solteira, faxineira, natural da Bahia, procedente de São Paulo - capital, fototipo IV. Queixa "pele do rosto manchada". Realizou inúmeros tratamentos com "cosméticos de farmácia", mas sem resultado satisfatório. Após obter algum clareamento, as recidivas eram certeza mesmo com mínima exposição solar diária (paciente é faxineira de edifício comercial, limpando área externa e área interna envidraçada, ambas ensolaradas).
A terapêutica consistiu na despigmentação rápida com esfoliação química (peeling químico) de ácido retinoico 5% (veículo com base cosmética colorida, adequada ao tom de pele da paciente, deixada por cinco horas e lavada com água e sabonete, em casa). Nos dias seguintes ao peeling, orientada a utilizar diariamente emulsão despigmentante contendo o decapeptídeo-12, dois pumps, duas vezes ao dia (manhã e noite), na pele do rosto todo, por 90 dias e fotoproteção contínua (filtro solar de amplo espectro, com hidratante e FPS 30), três vezes ao dia (manhã, almoço e tarde). Avaliação da pele realizada por fotografia digital, com equipamento Reveal da Canfield13, antes do início do tratamento, 7 dias pós-peeling químico e após 90 dias com uso da emulsão clareadora com decapeptídeo-12 e fotoproteção diária. Realizada pontuação MASI pré-tratamento, pós-peeling e após 90 dias de tratamento com emulsão com o decapeptídeo-1213,14 (Quadros 1, 2 e 3).