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Antes da tomada militar do poder, entretanto, grupos organizados de empresários, industriais, representantes da Igreja e donos de veículos de comunicação se articulavam desde 1961 em uma campanha intensiva de desestabilização de Jango, com receio de que o governante populista, conhecido pelo aumento de 100% do salário mínimo enquanto ministro do Trabalho de Getúlio Vargas, criasse uma república sindicalista. Contra essa ameaça, empresários fincaram no Rio e em São Paulo as sedes do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais, o Ipês.
O grupo, financiado por 95 empresas e 125 doadores físicos, promovia massiva propaganda contra o governo por meio de cursos, palestras, propaganda em revistas e superproduções televisivas contrárias ao governo. “Não tinha a expressão ‘Fora Jango’, mas tinha um discurso de insatisfação fortíssimo contra seu governo”, explica Denise Assis, jornalista e pesquisadora da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro. Cinco empresas contribuíram com 70% da receita do instituto: Listas Telefônicas Brasileiras, Light, Cruzeiro do Sul, Refinaria e Exploração de Petróleo União e Icomi.
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O Ipês, que foi comandado pelo general Golbery do Couto e Silva, na época oficial de segundo escalão do exército, existiu até 1972 quando, já esvaziado de doações, fechou suas portas. Sua principal herança foram as cerca de 3 mil fichas que seus mais de 400 pesquisadores fizeram sobre as principais lideranças suspeitas da esquerda brasileira. Golbery levou esse material para o Serviço Nacional de Inteligência (SNI), criado logo após o golpe.
Denise diz que o Ipês era um “eufemismo para o grupo conspiratório que se formou para tramar a derrubada de Jango”. Em seu estudo, ela aponta que em apenas uma ação, a vinculação de 15 filmes para criar a insegurança na população, entre 1962 a 1964, foram pagos 450 mil cruzeiros semanalmente a 13 canais de TV. “Os jornais e televisões receberam muito dinheiro, mas depois a própria mídia cedeu espaço. Todos os veículos de comunicação apoiaram o golpe, com exceção do ‘A Última Hora’, que foi fechado porque era o único veículo que apoiava o Jango”, explica.
O grupo, financiado por 95 empresas e 125 doadores físicos, promovia massiva propaganda contra o governo por meio de cursos, palestras, propaganda em revistas e superproduções televisivas contrárias ao governo. “Não tinha a expressão ‘Fora Jango’, mas tinha um discurso de insatisfação fortíssimo contra seu governo”, explica Denise Assis, jornalista e pesquisadora da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro. Cinco empresas contribuíram com 70% da receita do instituto: Listas Telefônicas Brasileiras, Light, Cruzeiro do Sul, Refinaria e Exploração de Petróleo União e Icomi.
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