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“Seja marginal, seja herói”. Com essa frase, o artista plástico Hélio Oiticica sintetizou uma série de trabalhos que ficou conhecida como Marginália. Na Literatura, onde a Marginália também encontrou adeptos, o movimento ficou mais conhecido como Poesia Marginal ou Geração Mimeógrafo. Exemplo da contracultura, a cultura marginal surgiu em um período turbulento da História do Brasil: a ditadura militar.
Um dos objetivos da Poesia Marginal era propor uma crítica aos conservadorismos da sociedade, incorporando à Literatura elementos e representações da violência diária nas grandes cidades. A expressão Geração Mimeógrafo, como ficou conhecida também a Poesia Marginal, estava ligada ao fato de que muitos poetas recorriam ao mimeógrafo para copiar seus livros em um processo artesanal e sem qualquer tipo de vínculo com editoras, que não se interessavam pela Literatura que subvertia os padrões convencionados para a arte. As poucas cópias eram vendidas para um público restrito, pessoas que frequentavam eventos como shows, exposições e bares ligados à contracultura.
A Poesia Marginal foi um movimento cultural importante para uma geração que buscou através da Literatura uma atuação cultural distante dos padrões da Academia e indiferente à crítica literária. Seus pequenos textos, aliados a elementos visuais como fotografias e quadrinhos, são permeados pela coloquialidade, ironia, sarcasmo, gírias e humor. Do movimento literário, ficaram a inventividade artística e a vitalidade criativa, suas características predominantes.