• Matéria: História
  • Autor: cliviaalves
  • Perguntado 7 anos atrás

Alguém tem os textos: Quilombo, Palmares o grande símbolo da luta pela liberdade e Outros Quilombos? (do livro "O que você sabe sobre a África?")

Respostas

respondido por: rayssaalvees0
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Quilombo


A origem do Quilombo é africana. Originalmente eram acampamentos militares, às vezes fortificados com paliçadas ou muralhas. No Brasil, o termo passou a designar as comunidades de escravizados fugidos. Em toda a América — no Haiti, em cuba, nas Guianas —, houve ajuntamentos semelhantes, com o nome de palenques ou cimarrons. No futuro território dos Estados Unidos, eram chamados maroons. Os Quilombos se formavam tanto próximos a engenhos quanto em locais mais difíceis de alcançar.


Palmares, O Grande Símbolo da Luta Pela Liberdade


O Quilombo mais conhecido foi Palmares. Era formado por cerca de dez mocambos (conjuntos de casas de palha) espalhados pela serra da Barriga, no atual Estado de Alagoas. Eram quase todos escravizados fugidos que ali plantavam, colhiam e comerciavam. Firmemente organizado, Palmares abrigava qualquer escravizado que ali pedisse abrigo. O reino negro resistiu por quase 100 anos aos ataques dos portugueses. Na primeira década do século XVII, Palmares já estava estabelecido. Seus moradores cultivavam cana, com a qual faziam rapadura e aguardente. Também plantavam feijão, milho, banana e entre outros alimentos. Expedições foram enviadas contra Palmares por portugueses e holandeses que ocuparam Pernambuco durante parte do século XVII. O acesso à Serra da Barriga era difícil e os militares que chegavam não dominava o terreno. Os quilombolas usavam a estratégia do combate de guerrilha. Em 1677, o capitão Fernão Carrilho consegui um efeito. Ele e seus homens atacaram o mocambo de Aqualtune, abrigando os moradores a se retirar. Depois, atacou Amaro, onde vivia o rei Palmares, Ganga Zumba. O capitão aprisionou dois filhos do rei e dezenas de moradores do mocambo, que foram distribuídos como escravizadas entre seus homens, mais Ganga Zumba escapou. Era caro demais manter a guerra, então as autoridades coloniais resolveram tentar negociar a paz. Eles ofereceram a Ganga Zumba uma área para que seu povo pudesse viver em liberdade e, em troca, os quilombolas entregariam suas armas e não acolheriam mais nenhum escravizado fugido. Ganga Zumba calculou que o acordo poderia ser bom, já que suas forças estavam enfraquecidas. Foi até o Recife e fechou o trato, mas muitos palmarinos receavam uma armadilha. Um deles era Zumbi, o segundo e mando no reino. Ele seguiu abrigando negros fugidos, atraindo a fúria das autoridades. Também marchou contra Ganga Zumba e o obrigou a fugir, assumindo o comando efetivo de Palmares, e abrigado em Cacaú, Ganga Zumba acabaria morrendo envenenado. Com Zumbi comandando Palmares, os ataques portugueses se sucederam de forma quase permanente entre 1680 e 1691. Então chegou ao Recife o bandeirante paulistano Domingos Jorge Velho, à frente de uma tropa formada por 1000 índios e 100 brancos. Em 1694 o bandeirante pode contar com a tropa de pelo menos 3000 homens, com o reforço de canhões. Era o exército mais poderoso que já tinha se reunido no Brasil. Em 5 de Fevereiro, Zumbi e seus guerreiros, vendo que seriam derrotados, tentaram escapar por uma abertura, mas foram surpreendidos à beira de um penhasco. Muitos morreram ali mesmo, com o fogo inimigo ou caindo no precipício. Zumbi Escapou. Apenas no ano seguinte ele seria capturado e morto, ao lado de 20 guerreiros. E sua cabeça foi espetada no poste e exibida no Recife. Nem assim Palmares deixou de existir. Haveria notícias de mocambos na serra por mais algumas décadas, abrigando o sonho de liberdade dos negros.


Outros Quilombos


Palmares foi o maior, mas não o único. Existiram quilombos espalhados por todo o país. Em Minas Gerais, que recebeu um grande fluxo de escravizados no século XVIII, durante o ciclo do ouro, formaram-se quilombos para todos os lados. O mais famoso deles foi o quilombo do Ambrósio, atacado pelas autoridades coloniais em 1746. O quilombo tinha, segundo algumas fontes, 4.500 habitantes, entre escravizados fugidos e negros forros. Essa povoação era apenas uma entre as cerca de 25 mapeadas na região. Em 1759, uma outra expedição, composta por 400 soldados, a maior parte deles foi índios bororós, destruiu 11 núcleos quilombolas, com mortes relatadas de mais de 2 mil negros. Perto do Rio de Janeiro, havia o quilombo do Iguaçu. Os mocambos se distribuíam numa região pantanosa e cortada por rios, a Baixada Fluminense. Seus habitantes (quase todos homens) vendiam lenha para os mercados locais. Essa lenha ia parar as melhores casas da capital imperial. Durante todo o século XIX, o trabalho dos quilombolas garantiu boa parte da lenha dos fogões do Rio de Janeiro. Até a religião servia como forma de resistência. À medida que seus rituais ancestrais eram proibidos, os negros associavam suas divindades a santos católicos, e assim continuavam, disfarçadamente, a cultuá-los.

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