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Taxa de alfabetização de 76% e a mortalidade infantil mais baixa da América Latina, tinha o 8° maior salário industrial do mundo, não era uma maravilha, mas era melhor que a maioria da América Latina, ai veio a ditadura Catrista e resumiu o país a uma miséria econômica, com apelo midiático que os cubanos vivem bem.
Cuba, como Porto Rico, é um caso singular na América Latina. Basta olhar na sua historia para compreender-lo. O dilema de Cuba, que não tem qualquer outro país deste Hemisfério, e a independência ou a anexação para os Estados Unidos de América.
Com a batalha de Ayacucho em 1824, todos os outros países da América Latina que eram colônias da Espanha conquistaram sua independência. Cuba e Porto Rico só começaram a lutar pela independência em 1868; e trinta anos depois, em 1898, os Estados Unidos intervieram na guerra contra a Espanha, anexaram Porto Rico, e impôs a Cuba um governo militar que governou o país até 1902.
No inicio do Século de XX, em 1902, Cuba nasceu para o mundo como “República independente”, mas com uma Constituição emendada pelo Congresso dos Estados Unidos, a conhecida Emenda Platt, que assegurava a àquele país o direito de intervir nos assuntos internos de Cuba toda vez que os seus interesses fossem ameaçados. Em outras palavras, Cuba passou de colônia da Espanha para neocolônia dos Estados Unidos, ou o que é a mesma coisa, passou das mãos de Espanha às mãos dos Estados Unidos.
Claro que, os norte-americanos exercitaram esse “direito de intervenção” em várias ocasiões ao longo de nossa “República mediatista”, situação que só chegou ao fim com a vitória da Revolução cubana em primeiro de janeiro de 1959. Essa é a história que não se pode cobrir com um dedo; essa é a realidade que não se pode ignorar, e é o que explica esse espírito de resistência e dignidade do povo cubano para manter a sua soberania e independência frente à hostilidade e a agressão militar, política e econômica que vem sendo praticado pelos Estados Unidos durante mais de 40 anos.
Durante toda primeira metade do Século de XX, e até a vitória revolucionária de primeiro de janeiro de 1959, os Estados Unidos comandavam tudo em Cuba. A economia do país, a sua política interna, as suas posições em matéria de política exterior, estavam nas mãos dos Estados Unidos, e para empreender alguma ação nessas e em outras esferas, os governantes da ilha tiveram que aderir estritamente aos ditames de Washington.
Cuba era um protetorado norte-americano, um lugar para cassinos e bordéis freqüentados e financiados pela máfia e os marines dos Estados Unidos que chegaram até a audácia de profanar nossos símbolos pátrios e a estátua de nosso herói nacional.
Durante todos esses anos, a imensa maioria da população cubana viveu afundada na pobreza, onde dezenas de milhares de crianças morriam todos os anos de doenças curáveis, os camponeses sem terras, professores sem escolas, e milhares de desempregados e analfabetos. A atenção de qualidade para a saúde, a educação e a cultura era privilégios de algum poucos.
As melhores terras, as fábricas para produzir açúcar, as vias férreas, os bancos, a companhia de eletricidade, em resumo, a economia em geral, era de propriedade dos norte-americanos. Cuba era um país mono-produtor de açúcar e exportador de matéria-prima barata para o mercado norte-americano, e dele importava praticamente tudo o que consumia.
Não existia uma economia diversificada e não existia a mínima possibilidade de desenvolvimento econômico e social em aquele meio político, econômico e social injusto e desigual, impostos a Cuba pelos os Estados Unidos da América.
O triunfo da revolução de primeiro de janeiro de 1959 significou para os cubanos transformar em realidade os sonhos de José Martí, nosso herói nacional que queria uma pátria “com todos e para o bem de todos”, e uma República cuja primeira lei fosse “a dignidade plena do homem”.
Nesses 45 anos de Revolução, o povo cubano pôde construir uma sociedade justa e eqüitativa, com igualdade de oportunidades para todos. Os níveis de saúde, educação, cultura, desenvolvimento desportivo e participação cívica na vida política do país, o que coloca Cuba com índices superiores, a de muitos paises desenvolvidos.
O povo cubano constrói hoje um sistema de justiça social, com plena democracia que garante uma vida digna para todos os cidadãos. Um sistema de verdadeira democracia, como entendeu Abraham Lincoln e nós também entendemos, “um governo do povo, para o povo e pelo povo”.
Mas esse não é o sistema que os Estados Unidos quer para Cuba. No dilema histórico de independência ou anexação que meu país vem enfrentando a mais de 200 anos, os governantes norte-americanos teimam em nos impor uma anexação que para Cuba significa a dependência total ao vizinho poderoso do norte, a renúncia da existência como Nação independente, a renúncia à existência da nacionalidade cubana.
Boa sorte