"Palácio para o povo" e "palácio da propaganda": como podemos explicar essas duas visões sobre o metrô de Moscou?
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Moscou é interessante até debaixo da terra. Com seu esplendor, o metrô da capital russa é uma das mais orgulhosas obras da era soviética.
Cada estação tem design próprio e decoração elaborada. Algumas parecem mais um palácio ou um salão de baile, com pisos de mármore, pedras semipreciosas, esculturas de bronze, colunas de aço, lustres imensos, murais e mosaicos.
O vasto sistema não só exemplifica as ambições da era stalinista como também retrata em detalhes os aspectos ideológicos e artísticos que caracterizaram o período. Embora construído por um tirano para um povo vivendo sob o terror, essa espécie de paraíso proletário subterrâneo oferece uma visão de espaço social extremamente humana, bela e eficiente ao mesmo tempo. "Palácio para o povo" na visão de alguns e "palácio da propaganda" na visão de outros, a rede metroviária é indiscutivelmente uma das maiores atrações da cidade.
Sua primeira linha foi inaugurada em 15 de maio de 1935. A linha 3, construída em plena Segunda Guerra Mundial (aqui chamada de Grande Guerra Patriótica), se tornou símbolo da resistência e é decorada com motivos que celebram a vitória russa. Em 1953, início da Guerra Fria, estações muito profundas foram construídas para servirem de abrigo na eventualidade de uma guerra nuclear. As estações mais bonitas são aquelas edificadas até 1959, quando a extravagância deu lugar à funcionalidade. A expansão das linhas subterrâneas continua até hoje.
Com alguma prática, é possível reconhecer os diferentes estilos associados a cada fase de construção, que vão desde o neoclássico da linha 1 até a opulência stalinista da linha circular, passando por art déco, modernismo e realismo socialista.
Arbatskaya, Belorusskaya, Kievskaya, Komsomolskaya, Kropotkinskaya, Mayakovskaya, Ploshchad Revolyutsii e Park Kultury estão entre as mais bonitas. Se tiver que escolher apenas uma, recomenda-se Elektrozavodskaya, com seu belíssimo teto coberto por 318 nichos de lâmpadas incandescentes.
Seus números são igualmente impressionantes: 278 quilômetros divididos em 12 linhas que contam 171 estações pelas quais passam 10 milhões de passageiros por dia, fazendo dele o mais utilizado do mundo. Mas, durante as horas de pico, o intervalo entre os trens é de apenas 90