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É ferida que dói e não se sente"
Naquela noite de quarta-feira
Quando o céu escuro e frio me obrigou a abrir um guarda-chuva para proteger-me da chuva salgada
Eu senti mais uma vez o sopro da vida
Descarregando o sentimento bruto de solidão
A carga de pressão sob e sobre o coração
Com os pés descalços e molhados, sentindo o gelado da água em meus dedos
A princípio um momento desconfortável, arrepiando-me a pele, mas que de repente desapareceu
A água nos pés se tornou uma distração, era bom sentir o fresco contrastando com meu corpo quente, como que varrendo aquilo que me corroía por meio da água salgada da chuva que caía
Conforme as gotas cessavam, o sol dava as caras, dando início a um belo dia, o céu azul e alegre que a mim sorria
Um dia que provavelmente nublado seria se não tivessem caído as salgadas gotas que tanto evitei.