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A escultura da Grécia arcaica representa os primeiros estágios de formação de uma tradição escultórica que se tornou uma das mais significativas em toda história desta arte no ocidente. O período Arcaico da Grécia Antiga é mal delimitado, havendo grande controvérsia entre os estudiosos do assunto. Geralmente se considera que inicia entre 700 e 650 a.C. e encerra entre 500 e 480 a.C., mas alguns indicam uma data bem mais recuada para seu início, 776 a.C., a da primeira Olimpíada.[1] Neste período são lançadas as bases para o surgimento da escultura autônoma de grandes dimensões e da escultura monumental de decoração de edifícios. Essa evolução dependeu em suas origens da influência oriental e egípcia, mas logo adquiriu um caráter peculiar e original.[2]
Durante muito tempo considerado um mero prelúdio para o Classicismo, hoje o período Arcaico é visto como um momento de intensa atividade intelectual, política e artística, durante o qual foram feitas conquistas decisivas para a consolidação da cultura grega como um todo,[3] e a escultura que o representa possui grandes méritos próprios, sendo veículo de significados específicos e fundamentais para a sociedade de onde nasceu por meio do desenvolvimento de formas únicas.[4]
Iniciando a partir de bases pouco auspiciosas, a escultura do período Arcaico, em suas etapas finais, alcançou elevados patamares de qualidade estética e complexidade formal, sinalizando a passagem de uma cultura praticamente anicônica para outra onde a visualidade e a figuração se tornaram predominantes, deixando amplo e seminal repertório de tipos e modos representativos, com a figura humana em situação privilegiada.[5]