• Matéria: História
  • Autor: joseadriano30pbt8ls
  • Perguntado 7 anos atrás

Como eram a organização econômica e a vida nos quilombos

Respostas

respondido por: kethellynsilva0203
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A VIDA NOS QUILOMBOS:

Tradicionalmente, os quilombos eram das regiões de grande concentração de escravos, afastados dos centros urbanos e em locais de difícil acesso. Embrenhados nas matas, selvas ou montanhas, esses núcleos se transformaram em aldeias, dedicando-se à economia de subsistência e às vezes ao comércio, alguns tendo mesmo prosperado. Existem registros de quilombos em todas as regiões do país. Primeiramente um destaque especial ao estado de Alagoas, mais precisamente no interior do estado na cidade de União dos Palmares, que até hoje concentra o principal e maior quilombo que já existiu. O quilombo dos Palmares. Segundo os registros existem quilombos nos seguintes estados brasileiros: Pernambuco, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.

ORGANIZAÇÃO ECONOMICA:

O quilombo funcionava de maneira organizada, suas leis eram severas e os atos mais sérios eram julgados na Aldeia de Sant’Anna pelos religiosos. O trabalho era repartido com igualdade entre os membros do quilombo, e de acordo com as qualidades de que eram dotados, “... os habitantes eram divididos e subdivididos em classes... assim havia os excursionistas ou exploradores; os negociantes, exportadores e importadores; os caçadores e magarefes; os campeiros ou criadores; os que cuidavam dos engenhos, o fabrico do açúcar, aguardente, azeite, farinha; e os agricultores ou trabalhadores de roça propriamente ditos...” Todos deviam obediência irrestrita a Ambrósio. O casamento era geral e obrigatório na idade apropriada. A religião era a católica e os quilombolas, “...Todas as manhãs, ao romper o dia, os quilombolas iam rezar, na igreja da frente, a de perto do portão, por que a outra, como sendo a matriz, era destinada ás grandes festas, e ninguém podia sair para o trabalho antes de cumprir esse dever religioso, para o qual o sino dava o sinal conhecido...". “...As aspirações daquele povo limitava-se ás festas dos sábados e domingo, á pesca, á caça e, sobretudo ás danças em que aluá, servido, a vontade, levantava os espíritos nos mais chorosos devaneios...” Por causa de um acordo feito entre Ambrósio e os Jesuítas, o quilombo não poderia receber escravos fugitivos da Aldeia de Sant’Anna e nem roubar outros. Entretanto, não era bem assim que o quilombo funcionava e isto provocou algumas rupturas com a aldeia jesuítica. Assim, sob estas leis e o domínio de Ambrósio, o quilombo cresceu absorvendo centenas de pessoas que vinham de todos os lados, inclusive, contrariando as regras, os escravos dos religiosos. Isto gerou problemas sérios entre as duas lideranças e as relações acabaram sendo rompidas. Neste momento, a população do quilombo já estava em torno de cinco mil habitantes, de ambos os sexos e de todas as idades. O interior do quilombo era dividido espacialmente como uma cidade qualquer, sem contudo, esquecer os elementos protetores da estrutura quilombola. ...Os primeiros estabelecimentos foram duas igrejas, a residência do chefe, o palácio, como diziam, a cadeia, o engenho e mais dependências de uma grande fazenda. Ao redor deste edifício foram-se erguendo habitações, que respeitavam a praça e as ruas... A cidade ou quartel ambrosiano estava colocada em um lindo descampado, no encontro de dois córregos, que forneciam grande abundância de água, tanto para o consumo público, como para os engenhos, moinhos e outros mecanismos. Circulava-o um valo com a extensão de uma légua em circunferência largo e profundo, eriçado no centro com pontiagudas estacas de aroeira do sertão, cuja rijeza o durabilidade são legendárias: acima do valo e acompanhando todo este, a guisa de muralha, levantava-se um terraço de oito palmos de altura por dez de largura: um só portão, junto ao qual havia uma ponte levadiça, dava acesso á cidade, que era um perfeito arremedo das antigas cidades fortificadas. Logo ao pé do portão havia uma igreja e dali seguia a rua principal, até ao grande largo ou praça, onde se erguiam as torres de um belo templo com seu campanário; palácio real ou residência do Ambrósio; a cadeia com seu grande pátio fechado, por grossos muros; o patíbulo, e os mais importantes edifícios. O portão era de duas bandeiras, muito largas e cosidas com grossas chapas de ferro. O erário público era no palácio...”

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