Respostas
Em todas as sociedades regularmente constituídas, nas quais há aquilo que se denomina
um governo, nós, em vez de ver que a autoridade deste se exerce em nome do
universo do povo, ou de uma aristocracia dominante, ou de um único soberano […],
encontramos, constantíssimo, outro fato: que os governantes, ou seja, aqueles que
têm em suas mãos e exercem o público poder, são sempre uma minoria, e que abaixo
destes há uma classe de pessoas que nunca participam realmente de algum modo
do governo, e não fazem senão subi-lo; esses podem ser chamados de os governados
(Mosca, 1982a, p. 203).
A partir desse fato constante, Mosca construiu seu argumento: a “massa, a
maioria” tomaria parte da política apenas como um meio que permitiria aos
governantes exercer seu poder. Frequentemente essa participação não seria
sequer consciente ou voluntária, seja porque a maioria não reconheceria a
utilidade dela, seja porque seria coagida a agir, seja porque se submeteria
passivamente a ação política dos governantes (Mosca, 1982a, p. 206).