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Além de ser deliciosa, a jabuticaba, fruta nativa da mata atlântica brasileira, tem demonstrado ser uma aliada das pessoas que sofrem com excesso de peso. Substâncias químicas – os compostos fenólicos do tipo elagitaninos – presentes principalmente nas sementes da jabuticaba possuem ação anti-inflamatória e auxiliam a prevenir a obesidade. Essa foi a conclusão de uma pesquisa feita no Laboratório de Compostos Bioativos da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP.
Atualmente, o Brasil, a exemplo de outros países, vivencia uma epidemia de obesidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência de casos no mundo duplicou entre 1980 e 2014. Neste período, o número de adultos com sobrepeso já ultrapassava a marca de 1,9 bilhão e o de crianças, menores de cinco anos, chegava a 42 milhões. Assim, estudos que contribuam para reverter esse quadro são sempre bem-vindos, afirma a nutricionista Gabriela Cunha, responsável pela pesquisa que deu origem a uma dissertação de mestrado na FCF.
Os compostos fenólicos (CFs) são substâncias encontradas em alimentos de origem vegetal e sempre estiveram relacionados ao benefício da saúde. Dentre as principais fontes de CFs estão os chás verde e preto, o cacau, o vinho e frutas como a jabuticaba. As propriedades mais conhecidas destes compostos são o seu grande potencial anti-inflamatório e a ação antioxidante.
Embora outros estudos já tenham comprovado a eficácia da jabuticaba para a saúde humana, o trabalho da nutricionista foi focado na semente da fruta, que demonstrou ter altas concentrações de compostos fenólicos do tipo elagitaninos. A partir deste ponto, Gabriela procurou avaliar a influência dessas substâncias na prevenção da síndrome metabólica: a obesidade associada à diabete tipo 2 e ao aumento do colesterol sanguíneo.