• Matéria: História
  • Autor: sandramartins25
  • Perguntado 7 anos atrás

(Upe 2014) Existe em todo historiador, em toda pessoa apaixonada pelo arquivo uma espécie de culto narcísico do arquivo, uma captação especular da narração histórica pelo arquivo, e é preciso se violentar para não ceder a ele. Se tudo está arquivado, se tudo é vigiado, anotado, julgado, a história como criação não é mais possível: é então substituída pelo arquivo transformado em saber absoluto, espelho de si. Mas se nada está arquivado, se tudo está apagado ou destruído, a história tende para a fantasia ou o delírio, para a soberania delirante do eu, ou seja, para um arquivo reinventado que funciona como dogma. 

(ROUDINESCO, Elisabeth. A análise e o arquivo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2006, p. 09.) 


Refletindo sobre o historiador e sua relação com os arquivos, o texto nos mostra que 

a) todo conhecimento histórico se encerra dentro dos arquivos, e o historiador é um mero reprodutor de documentos oficiais. 

b) só por meio do arquivo, no século XXI, ele pode retratar o passado tal qual foi. 

c) essa relação é ambivalente, e, ao mesmo tempo em que ele necessita do arquivo para legitimar sua narrativa, deve ter o cuidado de não transformá-lo num saber absoluto. 

d) no seu trabalho, é melhor a ausência de arquivo que o excesso. 

e) todo conhecimento histórico é produzido sem necessidade dos arquivos. 


Respostas

respondido por: GeselyBraz
50
RESPOSTA: LETRA C

O texto é bem claro quanto à relação entre o arquivo e o historiador. É uma relação ambígua oscilando entre a necessidade do arquivo para a
construção da narrativa, porém não pode se transformar em um saber absoluto. As demais
alternativas estão em desacordo com o texto apresentado. Todo o conhecimento histórico não
se esgota com o arquivo, faz se necessário o papel do historiador. É fundamental a presença
do arquivo para o historiador.
respondido por: viniciusrm19
46

Alternativa correta.

c) essa relação é ambivalente, e, ao mesmo tempo em que ele necessita do arquivo para legitimar sua narrativa, deve ter o cuidado de não transformá-lo num saber absoluto.  

O texto acima reafirma a relação ambivalente que o historiador apresenta com o arquivo, de forma que deve atuar de maneira muito cautelosa, em relação à apresentação dos arquivos como fontes de documento.

Isso se deve ao fato, de que o historiador deve ter o discernimento de apresentar os arquivos sem transformá-lo em um saber absoluto, todavia nunca perdendo a legitimidade.

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