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O sistema capitalista, desde o seu surgimento, ao final do século XIV e início do século XV, passou por diferentes eventos que foram responsáveis por alterar a sua dinâmica e suas principais características. Inicialmente, ele constituiu-se em sua fase comercial, isto é, em que as trocas envolvendo mercadorias (sobretudo especiarias) estavam no centro do andamento da economia. Posteriormente, com o avanço da industrialização, essa centralidade passou a ser exercida pelas empresas e suas fábricas.
Posteriormente, no entanto, ao final do século XIX e início do século XX, o capitalismo conheceu uma nova era, sobretudo pela divisão das empresas em ações e pela união entre o capital industrial e o capital bancário. Nascia, então, o capitalismo financeiro, o momento em que a economia passou a estar centrada no mercado de ações e no sistema especulativo de créditos, juros, valorizações, entre outros elementos.
O grande símbolo, por assim dizer, do sistema capitalista a partir de sua constituição financeira é a bolsa de valores, pois é nela que os principais capitais, bem como as ações e títulos, são negociados. É possível conceber, então, que ela funciona como um grande “coração” do capitalismo a partir de então, pois passou a concentrar em torno de si todos os principais investimentos no mercado.
Além disso, o peso dos bancos na economia tornou-se ainda mais elevado. Isso porque é a partir deles que as atividades produtivas, na cidade ou no campo, passaram a ser financiadas. Os bancos também atuam diretamente no desenvolvimento econômico, negociando empréstismos, faturando por meio de juros e transformando ações e dívidas em “ativos”, que são comercializados como se fossem mercadorias.
O desenvolvimento das empresas, que passaram a ser administradas por inúmeros acionistas, ocorreu de forma acentuada, sobretudo aquelas inicialmente oriundas de países desenvolvidos. Elas adquiriram a capacidade de investir em outras empresas (inclusive as concorrentes), comprando as suas ações e, assim, controlando o mercado. Em virtude dessa dinâmica, em que poucas marcas dominam a rede comercial, muitos teóricos passaram a chamar o capitalismo financeiro de capitalismo monopolista