Respostas
imperialismos e os poderes coloniais da época contemporânea, nascidos nos finais do século XIX, cedo tiveram, na Europa ou na América do Norte, de aprender a lidar com novas realidades nacionais que anteriores sistemas de expansão desconheciam: sistemas liberais mais ou menos democráticos, parlamentos, eleições, imprensa livre, opinião pública. Isto é, tiveram de aprender a legitimar junto dos cidadãos as suas políticas de guerra, de ocupação, de disputas pela divisão e redivisão do mundo "disponível". Pela razão simples de que eram os cidadãos que elegiam os parlamentos onde se votavam as despesas militares e se punham e depunham os governos que as fariam, e porque, mesmo que o não fizessem, eram eles que iam morrer na guerra e convinha que estivessem dispostos a isso. As guerras imperiais passaram a ter, a partir daí, as mais nobres razões, sendo servidas por máquinas de propaganda e de inculcação ideológica crescentemente sofisticadas: trazer os "selvagens" às luzes da civilização, da cultura ou do cristianismo europeu; combater as "autocracias"; libertar os povos; defender as "pequenas nações" contra os impérios concorrentes e, sempre, salvar a pátria, a democracia ou qualquer outra representação de interesse nacional