• Matéria: Português
  • Autor: memesonze
  • Perguntado 7 anos atrás

Qual é a sua opnião sobre o caso dos "Amarildos"?

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respondido por: jujumrques376
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Era 14 de julho de 2013, e o ajudante de pedreiro saíra para comprar limão e alho para temperar os peixes que havia pescado para a família, quando foi detido por policiais e levado para interrogação na Unidade de Polícia Pacificadora no alto da Rocinha, favela em São Conrado, na zona sul da cidade.

Nos dias, semanas e meses seguintes, Elizabete protagonizou o questionamento retumbante que ecoou Brasil afora: "Onde está o Amarildo?"

Ocorrido pouco depois dos protestos de junho de 2013, o desaparecimento de Amarildo motivou manifestações, campanhas de entidades de defesa de direitos humanos e virou um símbolo de violência policial e da derrocada das UPPs, chamuscando a imagem até então majoritariamente positiva das Unidades de Polícia Pacificadora implantadas nas favelas do Rio.

De lá para cá, a família viu as investigações trazerem resultados aterradores, confirmados pela sentença proferida pela Justiça em fevereiro de 2016. Doze dos 25 policiais militares denunciados na UPP da Rocinha foram condenados pelos crimes de tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual.

Três anos após sua morte, o governo do Estado do Rio foi condenado a indenizar sua família em R$ 3,5 milhões - R$ 500 mil para cada um de seus seis filhos e para sua companheira - e mais uma pensão de um salário mínimo por mês para Elizabete.

Cinco anos após sua morte, porém, a família continua lutando na Justiça para receber a indenização. O Estado está recorrendo contra a determinação judicial. O corpo de Amarildo até hoje não foi encontrado.

"Eu espero que eles paguem pelo que eles fizeram. Que a gente pelo menos receba indenização do Estado. Porque foi o Estado que errou".

De acordo com a sentença, após ter sido levado para questionamento na UPP, Amarildo foi torturado com descargas elétricas, saco plástico na cabeça e afogamento em balde com água, o que teria sido a causa de sua morte.

"O que aconteceu com o Amarildo foi uma coisa muito bárbara. Meu marido morrer assim, tendo família e tendo filhos, e ninguém saber o que aconteceu", diz Elizabete. "Não era um animal, era um ser humano. Pai de família. O Amarildo não era envolvido (no crime). Ele era trabalhador, nascido e criado na Rocinha. Todo mundo conhecia o Amarildo."

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