• Matéria: Português
  • Autor: GrazielyVianna
  • Perguntado 7 anos atrás

Qual é a diferença entre fábula clássica e tradicional?​

Respostas

respondido por: matheusjogafreefire
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FÁBULA = Pequena narrativa em que se aproveita a ficção alegórica para sugerir uma verdade ou reflexão de ordem moral, com intervenção de pessoa, animais e até entidades inanimadas. (Moderno Dicionário de L. Portuguesa – Michaelis).

As fábulas são tão antigas quanto as conversas dos homens, às vezes, nem sabemos quem as criou, pois através da oralidade eram carregadas como vento de um lado para outro, já que a própria palavra provém do latim FABULA = contar.

No século VIII a.C. já se tinha notícias dessas histórias, sendo que as fábulas muito antigas do Oriente foram difundidas na Grécia, há 2600 anos, por um escravo chamado Esopo. Apesar de gago, corcunda, feio e miúdo, como diziam alguns, era inteligente, esperto e de muito bom senso; por esse motivo, conquistou a liberdade e viajou por muitas terras dando conselhos através das fábulas.

Esopo foi condenado à morte e jogado do alto de um abismo. O motivo foi a vingança do povo de Delfos, mas as suas 600 fábulas continuaram a ser contadas, escritas e reescritas por outros fabulistas. Fedro é o primeiro escritor latino a compor uma coletânea de fábulas, tendo sido imitado e refundido várias vezes.

O escritor francês Jean de La Fountaine (século XVII – 1601 – 1700) usava fábula para denunciar as misérias e as injustiças de sua época em versos e em prosa.

A partir dessa época, muitas histórias escritas inicialmente para adultos já começaram a ser adaptadas para crianças, retirando delas os elementos violentos e os aspectos nocivos à educação. Mas a fábula moderna preserva todo o vigor que vem apresentando desde os tempos antigos.

No Brasil, temos o grande fabulista, Lobato. Além de recontar as fábulas de Esopo e La Fountaine, cria suas próprias fábulas com a turma do sítio, como mostra o seu livro “Fábulas”, onde Pedrinho diz “As fábulas, mesmo quando não valem grande coisa, têm um mérito: são curtinhas.” Narizinho acha as fábulas sabidíssimas e Emília as considera uma indireta.

O escritor brasileiro usou fábulas para criticar e denunciar as injustiças, tiranias, mostrando às crianças a vida como ela é. Em suas fábulas, alerta que o melhor é esperto (inteligente) porque o forte sempre vence e Visconde afirma que o único meio de derrotar a força é a astúcia.

Até hoje esse gênero narrativo existe e por ser curto, tem o poder de prender a atenção, de entreter e deixar uma mensagem, um ensinamento.

Millôr Fernandes, com seu humor e ironia, cria e recria fábulas refletindo valores e antivalores, satirizando a nossa realidade sócio – política – econômica em seus livros, “Fábulas fabulosas”, “Novas fábulas fabulosas” e “Eros uma vês”.

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