• Matéria: Sociologia
  • Autor: mirellaapenasp4m6em
  • Perguntado 7 anos atrás

Qual a função do ser humano na organização de uma sociedade?

Respostas

respondido por: smurfnany00gmailcom
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Os últimos séculos foram períodos excepcionais, onde a ciência e técnica surpreenderam e revolucionaram as estruturas sociais, acompanhados de grandes contradições. Os avanços tecnológicos, científicos e sociais cresceram paralelamente com recuos e crises sociais, ecológicas e ético-morais. O mundo sem fronteiras – globalizado – fora construído na construção de outras novas fronteiras, mais sutis – microfísicas diria Foucault - e eficientes.

O progresso faz parte da concepção tradicional de história, que enxerga um caminho unívoco para a humanidade: o caminho da evolução das ciências e tecnologias. Os homens, se libertando das amarras míticas tradicionais da Idade Média, abraçou os paradigmas “evolutivos”, que lhe trouxeram uma aparente superioridade e hegemonia sobre as coisas do mundo, dando-lhe um sentido acabado totalizante.

A visão evolucionista-progressista fora estabelecidas, no século XIX, pelas ideias que suscitaram a partir das concepções biológicas de Charles Darwin, o qual postulou a Teoria da evolução das espécies no livro Origem das espécies – ou "Sobre a origem das espécies através da seleção natural ou a preservação de raças favorecidas na luta pela vida". Aplicou-se esta abordagem tanto nas Ciências Humanas – Linguística, Sociologia, Historiologia, Filosofia – quanto na própria natureza espiritual do Homem, abordada em algumas filosofias religiosas.

A política, também enveredou-se por este caminho. Segundo o filósofo político (da época) Thomas Hobbes o Estado-Nação, como organização social, foi o símbolo do progresso.

Posteriormente, muitos teóricos, através de estudos comparativos com povos tradicionais (em especial os ameríndios e os africanos), tentaram demonstrar cientificamente a suposta superioridade da civilização ocidental-europeia, devido ao desenvolvimento técnico-cientifico, e à racionalização (burocrática/administrativa/tecnológica) do poder, até então não identificada em outros povos. Assim, as ditas “Sociedades sem Estados” (Clastres) foram e são relegadas e submetidas ao processo de “civilização” por serem consideradas primitivas e não estarem ‘no caminho do progresso.”

Neste contexto, a racionalidade iluminista concebe ao progresso técnico científico e à racionalidade burocrática a força motriz da evolução da humanidade – projetando estes elementos no mito fundador da modernidade. O mito iluminista é como o mito religioso no sentido de encontrarem “(...)suas raízes nas mesmas necessidades básicas : sobrevivência, auto conservação e medo”( Olgária Matos, 1987).

Até hoje, o mito da modernidade persegue o objetivo de libertação humana e de investir no homem o esclarecimento (o conhecimento e domínio técnico-cientifico) para alcançar a posição de senhores do mundo natural, e porque não social.

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