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03/12/2014 20h16 - Atualizado em 03/12/2014 20h17
Do G1 Rio
A década de 80 garantiu grandes marcos na história do Brasil. Houve a campanha das Diretas Já, o país recebeu a visita do Papa João Paulo II e a eleição de Tancredo Neves deu fim à ditadura militar após 20 anos. A história do samba também foi marcada nos anos 80 com a inauguração do Sambódromo, a passarela do samba na Marquês de Sapucaí, no Centro do Rio.
Em 1982, o Império Serrano foi o campeão com um enredo que criticava o crescimento das escolas de samba. “Bum bum paticumbum prugurundum” falava da super escola de samba, da superalegoria que escondia a gente bamba. A carnavalesca Rosa Magalhães lembra que foi uma surpresa a vitória da escola.
“A escola estava em último lugar. Até dezembro a gente não sabia se ia desfilar no grupo especial ou se ia pro grupo de baixo. Foi um desfile difícil, porque foi ao meio dia, um sol desgraçado e o povo jogava gelo, jogava água pra refrescar os desfilantes. E o povo ia em frente.E aí ganhou! Quer dizer, foi uma surpresa! passou de último pra primeiro”, contou Rosa.
O desfile de inauguração do Sambódromo, em 1984, seria em dois dias. Naquele ano houve também uma campeã para cada dia, com a decisão da vencedora na semana seguinte. Foi a origem do desfile das campeãs. A Portela, com Contos de Areia, foi a melhor do domingo. A
Mangueira, com a homenagem a Braguinha, foi a melhor de segunda. E a verde e rosa foi a supercampeã.
O grande homenageado pela Mangueira não queria desfilar, conforme lembra o carnavalesco Max Lopes. “O Braguinha não queria desfilar. Então eu pedi a ele que viesse de terninho branco, pra me ajudar. Aí, na hora botei um cravinho rosa nele, uma gravatinha verde e botei ele no carro pra tirar retrato, e mandei empurrar. Quando entrou, ele viu o povão levantando, aí ele já entrou no clima! não queria, mas entrou no clima”, contou Lopes.
A Mangueira seria campeã de novo em 86, festejando Dorival Caymmi, e em 87, com o poeta Carlos Drummond de Andrade ditando o enredo.
Também nos anos 80, um carnavalesco vindo do Recife para o Rui iria fazer história por sua criatividade. Fernando Pinto morreu jovem num acidente de automóvel, mas deixou sua marca na Mocidade Independente de Padre Miguel.
“Ele tinha uma inventiva, uma criatividade, a cabeça dele era muito diferente da minha, e eu admirava aquilo! Ele tinha uma cabeça fantástica! Como é que esse cara teve essa ideia de fazer tupinicópolis, com aquelas coisas fantásticas, que pra mim marcaram muito”, disse o carnavalesco Max Lopes a respeito de Fernando Pinto.
“Ele [Fernando Pinto] trouxe uma visão diferente do carnaval, ele fez carnavais inteiramente diferente dos outros. Eu nunca me esqueço do Xingu. Estava de manhã cedo, nós estávamos transmitindo, todos exaustos. Mocidade era a última escola. A escola veio numa pulsação e com um visual diferente de tudo”, acrescentou a carnavalesca Maria Augusta.
Com todos os componentes molhados até os ossos, a Beija-Flor de Joãosinho 30 também deixaria uma imagem marcante num carnaval debaixo de chuva.
O RJTV iniciou na segunda-feira (1º) uma série especial de reportagens sobre o carnaval carioca. "Memórias de Carnaval" conta as melhores histórias do carnaval - dos anos 60 até a década de 90 - as reviravoltas, os sambas inesquecíveis e a construção do Sambódromo, na Marques de Sapucaí. A primeira reportagem mostrou os desfiles dos anos 60, a época das mudanças. Em 1960, o desfile das escolas de samba do Rio terminou empatado entre cinco escolas: Portela, Mangueira, Salgueiro, Unidos da Capela e Império Serrano.