• Matéria: Português
  • Autor: edupereirareis7333
  • Perguntado 7 anos atrás

Racismo em tempos modernos


Democracia racial costuma ser um termo utilizado no Brasil por quem, infelizmente, acredita na inexistência

de preconceito de cor. Atualmente, as redes sociais são, por excelência, uma amostragem da presença

dessa crença muito debatida no século anterior.

Dentro da lenda da democracia racial, seus adeptos, consciente ou inconscientemente, reclamam que a

ausência de preconceito é justificada pela atmosfera pacífica da convivência social, sem guerras civis, onde

quem diz ter um “amigo negro” é absolvido automaticamente após qualquer piada racista ou comentário

degradante. E assim foi argumentada por homens como Florestan Fernandes, décadas atrás, ao responder

a muitas das questões postas hoje, mas que aparentemente são ignoradas pelos paladinos da negação do

racismo sob os interesses dos mais obscuros.

No habitat virtual emerge um antigo modelo de discurso que, se antes estava reservado a lugares próprios

e passíveis de camuflagens, agora está despido para quem quiser ver. Basta uma notícia de constatação

de preconceito racial, que uma burricada surge para reafirmar que o racismo é uma ilusão confeccionada

por elementos X ou Y. Isso, é claro, quando não sentenciam os próprios negros por sofrerem racismo. É

como acusar os judeus pelo holocausto ou grupos indígenas pelo seu próprio extermínio. Mas há quem

faça.

Em suas mastodônticas moralidades, acham que cotas raciais, por exemplo, legitimam o preconceito. Ig-

noram a estrutura das relações do pós-Abolição, que fortificou uma sociedade desigual não apenas socio-

econômica, mas pela cor, como subterfúgio da manutenção das divisões sociais. Divisões que sobrevivem.

Em uma sociedade em que, segundo o IBGE (2014), mais de 53% se declaram negros ou pardos, as ten-

tativas de destacar as exceções confirmam o grau de disparidade.

Enquanto o acesso profissional e universitário não representar o cotidiano, qualquer discurso de meritocra-

cia é vazio. Não tão distante, ainda sobrevive a frase de George Bernard Shaw: “Faz-se o negro passar a

vida a engraxar sapatos e depois prova-se a inferioridade do negro pelo fato de ele ser engraxate”.


2 A partir da leitura do texto, considere as afirmativas a seguir.

I. O objetivo principal do texto é denunciar o preconceito, bem como a falta de democracia racial no

Brasil.

II. O autor do texto critica os órgãos governamentais e cobra políticas públicas para o combate ao ra-

cismo.

III. Segundo o autor, as divisões sociais não têm relação com o preconceito de cor.

IV. Ao dizer “Mas há quem faça”, o autor demonstra indignação com aquilo que expõe em seu texto.

Assinale a alternativa correta.

a) Somente as afirmativas I e II são corretas.

b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.

c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.

d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.

e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

Respostas

respondido por: RosaTabegna
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2.) Correta b.) Somente as afirmativas I e IV

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