• Matéria: Filosofia
  • Autor: cristianehf
  • Perguntado 7 anos atrás

Sobre o texto "O Cogito" de Descartes:
O primeiro parágrafo estabelece um balanço: qual? Há no mundo alguma coisa que possa ser considerada como certa? Com que intenção a questão é posta, no início do segundo parágrafo, de saber se um Deus não existe? Qual é a conseqüência da resposta que é dada a esta questão?
A certeza que tenho de minha própria existência requer a certeza da existência de Deus? Qual é o sentido da enumeração: "nenhum céu, ne-nhuma terra, nenhum espírito, nenhum corpo"? Por que os espíritos dos quais se trata aí avizinham-se dos corpos?
Por que a suposição de um enganador muito poderoso e muito ardiloso é invocada? A certeza de que sou resulta da impossibilidade de duvidar até o fim? Por que é precisado que a proposição: eu sou, eu existo, é necessa-riamente verdadeira, todas as vezes que a pronuncio, ou que a concebo em meu espírito?

Respostas

respondido por: elamambretti
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Sobre o texto "O Cogito" de Descartes:

O primeiro parágrafo estabelece um balanço entre o juízo de valor já conhecido e a necessidade de um isolamento para uma profunda meditação sobre a verdade. Já existe o sujeito da dúvida, e do sujeito enganado.

Há no mundo alguma coisa que possa ser considerada como certa: a certeza de que não existe  conhecimento verdadeiro. A única certeza é que nada existe de indubitável (que não possa ser questionado).

A intenção, consequência e certeza da questão de saber se um Deus não existe é de estabelecer a diferenciação entre um ser que existe sem necessidade de nada para existir, a não ser a si próprio e o de permitir que outras coisas existam.

A ideia de Deus, não exige  explicações sobre qual possível forma de existência, porque Deus em sua essência, é restritamente metafísico. Assim, o ser pensante só pode existir por meio do divino.

Descartes busca o questionamento do ser através da refutação do não ser. Duvida até dos sentidos com que percebe o mundo quando reflete: "...me convenci de que não havia absolutamente nada no mundo, não havia nenhum céu, nenhuma terra, nenhum espírito, nenhum corpo; não me convenci, então de que eu não era?  Longe disso; eu sem dúvida era, se me convenci ou simplesmente se pensei alguma coisa."

Se existe um ser enganador, porquanto coloca a dúvida em existir, a própria dúvida justifica o ser pensante, por vez que este ser enganador, jamais poderia fazer com que ele pensasse ser nada ou não ser.

Descarte conclui após pensar sobre todas as coisas que o próprio ato de pensar justifica sua existência. Este foi o princípio único e inquestionável que não pode admitir como incerto: a certeza indubitável de sua própria existência, condição primeira e necessária ao próprio ato de duvidar.

Bons estudos

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