Respostas
As coisas não são mais tão simples assim. “Hoje em dia são conhecidos muitos casos de animais e plantas de espécies diferentes que deixam descendentes férteis. Isso acontece com algumas moscas, por exemplo”, afirma a bióloga Francisca Carolina do Val, do Museu de Zoologia da USP.
Que critérios restam, então, para distinguir uma espécie da outra? Um dos mais básicos é a chamada morfologia: diferenças na cor, no tamanho e no aspecto geral do organismo, tanto em seu exterior quanto em suas estruturas internas. Esses parâmetros, porém, não bastam – se fôssemos só por eles, ficaria difícil classificar um pastor alemão e um poodle como membros da mesma espécie. Deve-se, portanto, observar também diferenças comportamentais, como o fato de o animal viver sozinho ou em bando, ter hábitos diurnos ou noturnos etc.
Outro critério é o fisiológico, que busca particularidades no funcionamento de cada organismo – como o tipo de alimento com que ele se dá bem. Existe ainda o critério ecológico, segundo o qual seres parecidos, mas que vivem em regiões com pouco ou nada em comum (um deserto e uma floresta, por exemplo), são considerados diferentes. Tudo isso mostra que a classificação das espécies evoluiu bastante desde que foi introduzida, há mais de dois séculos, pelo botânico sueco Carlos Lineu (1707-1778).
Parentes próximos e distantes
Classificação biológica dos seres obedece a oito diferentes categorias