Respostas
Homo é o grupo (Hominideos), e sapiens a espécie propriamente dita. Todos nos somos homo sapiens, porem existem outros hominideos na terra, e nós já fomos de outras espécies! Como por exemplo Homo erectus, etcc
Estima-se que a ramificação evolutiva entre humanos e chimpanzés ocorreu há cerca 5 milhões de anos. Esta estimativa é feita através em cálculos relativamente complexos que envolvem o conhecimento da taxa de mutação e das diferenças de pares de bases entre as duas espécies em estudo. O tempo de divergência entre humanos e chimpanzés tal como estimado por este ‘Relógio Molecular’ é muito parecido com a datação obtida através de registros fósseis mais antigos encontrados ao redor do planeta.
Deste período até o presente momento, muitas coisas ocorreram ao longo da história evolutiva humana: adquirimos postura ereta (bipedalismo), diferente dos nossos ancestrais que utilizavam os braços como auxílio à locomoção tal como vemos nos macacos modernos; a nossa caixa craniana aumentou para 1.350 cm3 (para termos uma ideia, os chimpanzés possuem de 350 a 400 cm3 de caixa craniana), o que permitiu maior desenvolvimento neuronal e maior complexidade ao nosso sistema nervoso; tivemos modificações importantes nas mandíbulas e nos dentes em comparação com nossos ancestrais hominíneos; bem como a organização de uma estrutura social e cultural extremamente complexa.
aramificação da árvore evolutiva até chegar a nossa espécie (Homo sapiens sapiens) se deu da seguinte forma: cerca de 4,4 a 3 milhões de anos antes do presente (m.a.) existiram os Australopithecus anamensis e os Australopithecus afarensis, baseados em registros fósseis. O A. afarensis mais conhecido é o espécime conhecido como ‘Lucy’, que já era bípede, pelo que sabemos. Ainda não sabemos se ‘Lucy’ foi um ancestral direto ou indireto da nossa espécie, pois os registros fósseis ainda são incompletos.
O que sabemos é que de 3 a 2,5 m.a. outros autralopitecíneos foram identificados pela datação de fósseis provenientes da África do Sul, ou seja, eles viveram um bom período de tempo. Destes, o Australopithecus africanus é bem conhecido e é um pouco mais próximo à nossa espécie. Outros fósseis descobertos em escavações tanto no sul da África como também no leste deste país mostraram ser de espécimes mais recentes, de 2,5 a 2 milhões de anos atrás. Estes espécimes foram classificados como Paranthropus robustus e Paranthropus boisei. Estas espécies provenientes dos australopitecíneos se extinguiram e não deixaram descendentes atuais.
Uma das linhagens dos australopitecíneos que não foi extinta deu origem há ~2,5 milhões de anos aos fósseis hoje classificados como do gênero Homo. O primeiro e mais antigo é o Homo habilis, que possuem fortes indícios do uso de ferramentas de pedras nas suas atividades diárias. Fósseis destes hominídeos são restritos ao continente africano (alguns espécimes fósseis mais recentes do Homo habilis residentes na África são classificados como Homo ergaster). Quando o Homo habilis saiu da África para colonizar outros continentes (Europa e Ásia), outra classificação taxonômica foi proposta: o Homo erectus. O seu registro fóssil data de 1,5 milhões de anos atrás.
O Homo erectus evoluiu para o Homo neanderthalensis (Neanderthais – de 400 a 30 mil anos antes do presente) e um Homo sapiens arcaico ou uma subespécie do Homo erectus (os fósseis mais antigos são de 100 mil anos atrás). Este último originou os Homo sapiens modernos ou também chamados (por alguns autores) de Homo sapiens sapiens, que somos nós. Esta árvore da nossa espécie possui pequenas alterações e subclassificações em livros didáticos de nível superior, dependendo se a análise for mais conservadora ou não.
Através da sequência de DNA extraída de ossos de Neandertais encontrados em escavações e a posterior comparação com a nossa sequência, foi observado que há uma boa probabilidade de ter existido um cruzamento entre a espécie Homo neanderthalensis e o Homo erectus, pois estas espécies coabitavam no espaço e no tempo. Estima-se que os Neandertais tenham vivido até cerca de 30-20 mil anos antes do presente, exatamente no período em que os humanos modernos se espalharam e dominaram todo o planeta, e há uma dúvida ainda no nosso conhecimento de como exatamente os Neandertais foram extintos do planeta.
É importante mencionar que a classificação biológica das espécies é feita nós, pesquisadores, com a finalidade de nos situarmos no tempo, bem como deixar estas informações disponíveis para futuras gerações de pesquisadores, e promover um mínimo nível de padronização entre pesquisadores de diferentes países. O que quero dizer com isso é que devemos imaginar a evolução de uma espécie como algo contínuo no tempo. O que significa que as espécies provenientes de um mesmo ramo podem ou não coabitar no mesmo ambiente físico e no mesmo período de tempo.