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As primeiras estrelas começaram a iluminar o Universo pelo menos 100 milhões de anos depois do que se pensava. Com base em mais uma leva de dados obtidos pelo observatório espacial Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), divulgados ao público nesta quinta-feira, os cientistas calculam que a chamada “época da reionização” teve início aproximadamente 550 milhões de anos depois do Big Bang, a grande explosão que se acredita ter dado origem ao nosso Universo há 13,8 bilhões de anos. Estimativas anteriores apontavam que este processo de reionização dos átomos e moléculas de hidrogênio que permeavam o espaço então, o que permitiu à luz escapar pela primeira vez deste opaco “nevoeiro”, tinha acontecido entre 300 milhões e 450 milhões de anos após o Big Bang.
Cerca de 380 mil anos após o Big Bang, o Universo se expandiu e esfriou, e os fótons e outras partículas ficaram mais afastados, diminuindo a frequência das colisões. Isso, no entanto, permitiu que os elétrons e prótons começassem a se combinar para formar átomos de hidrogênio (compostos por um próton e um elétron), criando um “nevoeiro” do que ficou conhecido como a “idade das trevas” do Universo.
Passadas mais algumas centenas de milhões de anos, no entanto, as primeiras estrelas começaram a se formar a partir destas imensas nuvens de hidrogênio. E a radiação liberada por elas, por sua vez, forçou os prótons e elétrons destes átomos primordiais de hidrogênio a voltarem a se separar. Com o tempo, este processo de reionização dissipou o nevoeiro, enchendo o Universo da luz do que hoje vemos como galáxias distantes.