• Matéria: Filosofia
  • Autor: mariaritalinhar
  • Perguntado 7 anos atrás

É possível perceber contribuições da ética aristotélica na atualidade? Cite exemplos.

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respondido por: PedroCorreiaa
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"Pensamento de Aristóteles segue influente no mundo contemporâneo

Filósofo grego pensou da biologia à lógica, passando pela metafísica

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Estética, ética, metafísica, astronomia, biologia e filosofia foram alguns dos temas e dos campos de interesse do pensador grego Aristóteles, ainda no século IV a.C. Muitas de suas reflexões foram pioneiras e serviram como ponto de partida para os conhecimentos atuais. Outras, porém, permanecem relevantes, seja porque são obras clássicas e merecem a leitura, seja porque ainda permanecem atuais.

“A influência do pensamento de Aristóteles nos dias de hoje é muito maior do que imaginamos. A nossa forma de compreender o mundo é influenciada pelo pensamento de Aristóteles. A própria forma como estruturamos o nosso raciocínio é profundamente influenciada por Aristóteles, inclusive quando consideramos que estamos tirando uma conclusão. Isso que chamamos hoje de raciocínio lógico tem uma forte influência de Aristóteles”, diz a doutora em Filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Cíntia Martins Dias.

O raciocínio lógico a que Cíntia se refere está relacionado ao que ficou conhecido como lógica aristotélica, por meio da qual é possível se tirar conclusões a partir de premissas verdadeiras, dentre outras leis que permitiriam a dedução. Aristóteles não foi apenas o pioneiro no estudo da lógica, como suas reflexões.

“Ele foi o primeiro a mostrar como funciona o raciocínio. Todo o estudo de lógica parte da lógica clássica de Aristóteles. Todo o procedimento de raciocínio, de tirar conclusões, de generalizações, quem estudou explicitamente pela primeira vez foi Aristóteles”, diz Cíntia.

Aristóteles também se preocupou em estabelecer os princípios gerais para se fazer uma ciência. De acordo com a professora titular de Filosofia da Natureza da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Elena Moraes Garcia, o grego concluiu que, para isso, era preciso a existência de “princípios”, de “causas” e de “elementos”, o que influenciou toda a concepção de ciência posteriormente.

A metafísica de Aristóteles, embora ele não tivesse dado esse nome aos seus textos que iam além da física, também tem contribuições extremamente importantes. A ideia de “substância”, por exemplo, continua aceita, principalmente entre religiosos. De forma simplificada, a “substância” seria algo permanente em um objeto que sofre mudanças ao longo do tempo, uma espécie de núcleo imutável.

A busca por respostas levou Aristóteles à zoologia e à astronomia. Apesar de a teoria geocêntrica que formulou, segundo a qual a Terra ficava fixa no centro do Universo, circundada por outros astros, estar obsoleta, ela perdurou por quase 2 mil anos. Foi somente com o modelo matemático do astrônomo e matemático polonês Nicolau Copérnico, no século XVI, que o Sol passou ao centro, com os planetas girando ao seu redor.

Pai da zoologia, Aristóteles pesquisou o reino animal, chegando a estudar detalhadamente as estruturas anatômicas de mais de 500 espécies. Pioneiro na classificação de diferentes tipos de animais, o filósofo grego criou métodos de análises comparativas que continuam a ser adotados na biologia atual, como o conceito de anatomia comparada.

Nas artes, é possível dizer que Aristóteles foi um dos primeiros a pensar o teatro. Ele estudou a tragédia, a epopeia e a comédia. Criou, inclusive, critérios objetivos para se analisar um texto poético. “Pode-se dizer que, como teoria, o pensamento dele ainda tem a sua validade e ainda pode ser empregado para compreender a literatura contemporânea. Talvez, não dê conta de todos os elementos, porque os gêneros mudaram, os contextos mudaram, mas não se pode falar da obsolescência"
Fonte: Rede Globo
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