Respostas
Como são as condições de vida da população brasileira? As condições de vida da população de um país costumam serem medidas pelos indicadores sociais, tais como as taxas de crescimento vegetativo, mortalidade infantil, analfabetismo, expectativa de vida etc. Os péssimos resultados apresentados por esses indicadores no Brasil são consequência de um passado marcado pelo desprezo das elites e dos governos brasileiros para com a maioria da população. A marginalização socioeconômica caracteriza hoje grande parte da população, cujas condições de vida são péssimas. Vejamos alguns indicadores sociais apresentados pelo IBGE referentes ao ano de 1999 que confirmam o subdesenvolvimento brasileiro:
– Abastecimento de água: 58,7% no Nordeste x 87,5% no Sudeste;
– Lixo coletado: em 1999, 79,9% do lixo eram coletados. O serviço de coleta servia 59,7% dos domicílios do Nordeste, contra 90,1% dos do Sudeste.
– Iluminação elétrica: em 1999, a porcentagem de domicílios com iluminação era de 85,8% no Nordeste contra 98,6% no Sudeste. Essa baixa qualidade de vida da população é responsável pela 7ª posição do Brasil no do 101-1 (Índice de Desenvolvimento Humano), referente a 2002 e divulgado em 2004.
Esse índice, criado pela ONU há alguns anos, leva em consideração a qualidade de três indicadores sociais em quase duzentos países: saúde, educação e renda. Esse quadro social medíocre do Brasil traz consequências nefastas para o futuro, por exemplo, grande parte da PEA (População Economicamente Ativa) está despreparada para enfrentar os desafios profissionais exigidos pela chamada Terceira Revolução Industrial. De fato, as novas tecnologias, calcadas no desenvolvimento de setores estratégicos, como a microeletrônica, a informática, a biotecnologia, a fibra ótica, a nanorobótica, entre outros, exigem cada vez mais profissionais altamente qualificados.
No Brasil, contudo, é comum o indivíduo chegar à idade adulta desqualificada profissionalmente para ingressar nessa nova era tecnológica. Essa baixa qualificação se explica pelo desamparo das famílias pobres, que retiram seus filhos da escola e os obrigam a trabalhar precocemente. Isso explica inclusive por que ainda hoje o Brasil ostenta elevado analfabetismo: 13,3% da população total. O desemprego tende a crescer.
Dos 146,428 milhões de brasileiros com 10 anos ou mais em 2000, 76,158 milhões eram economicamente ativos, isto é, estavam ocupados ou procurando emprego na semana imediatamente anterior ao encontro com o pesquisador do IBGE. Desses, apenas 64,705 milhões estavam efetivamente ocupados. Em outras palavras, foi registrada em 2000 a marca de 11,454 milhões de desempregados, o que dá uma taxa nacional de desemprego de 15% uma das maiores do mundo.