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Lionel Messi, empregado desde a infância pelo Barcelona, teve a sua remuneração no clube espanhol estimada pela Forbes em U$ 84 milhões por ano. Ao mesmo tempo, os salários somados de 1.693 mulheres não chegam a US$ 43 milhões no futebol feminino. A pergunta que segue a comparação foi feita pela ONU Mulheres, entidade que trabalha globalmente para promover a igualdade de gênero e o empoderamento da mulher. Eles jogam o mesmo esporte, no mesmo nível, então por que há uma diferença tão grande de salários? A entidade então arremata. Nós demandamos pagamentos iguais para mulheres no esporte agora!
Antes de falar propriamente de futebol, precisamos partir da constatação de que há machismo por todos os lados no mundo. No mercado de trabalho brasileiro, a mulher ganha 80% do salário de um homem, apesar de ter maior escolaridade e trabalhar mais horas do que ele, na média, segundo dados do IBGE. Isso sem falar nos outros tipos de discriminação de gênero, que transbordam a vida profissional. Machismo não é questão de opinião ou orientação ideológica. Ele existe. O trabalho de entidades como a ONU Mulheres é fundamental para que consigamos – espera-se que logo – equilibrar a sociedade para homens e mulheres. Não podemos ignorar o mundo além do futebol.
O problema é que, na tentativa de equilibrar o jogo, trocam-se as bolas. A comparação entre as remunerações de Messi e de milhares de mulheres pode nos levar a conclusões superficiais. Como crer que a discrepância é resultado de puro e simples machismo, a ponto de demandar valores iguais para jogadores e jogadoras a partir de já. A incômoda resposta – não só para a entidade e para os que fizeram circular seu infográfico, mas para todos que gostariam de ver uma sociedade equilibrada – é que a igualdade salarial de gênero no futebol não acontecerá tão logo. Se é que chegará um dia. E o motivo não é propriamente machismo.
+ Podcast: Dinheiro em Jogo discute o mercado do futebol feminino