• Matéria: Biologia
  • Autor: adira99
  • Perguntado 7 anos atrás

quais as condições climáticas ou ambientais que interferem na avicultura?​

Respostas

respondido por: kerollyn222
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Criações de frangos poderão ser fortemente afetadas pelas mudanças climáticas. Pesquisas mostram que animais adultos são sensíveis a altas temperaturas e apresentam elevada mortalidade acima de 38°C de temperatura ambiente. O estresse por calor é responsável por grandes perdas no rendimento de frangos, provocando diminuição do peso corporal e aumento de mortalidade. Essas aves têm seu máximo desenvolvimento entre 18 e 20°C, apresentando temperatura média da superfície da pele ao redor de 33ºC e temperatura interna de 41ºC. Cientistas pesquisam soluções como aclimatação, melhoramento genético e tecnologias relacionadas à infraestrutura das granjas.

 

Conforme a pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente (SP) Magda Lima, há  necessidade de mais estudos e levantamentos sobre as localidades sujeitas a temperaturas diárias extremas cujas condições sejam críticas para a atividade avícola. Um trabalho desse tipo foi realizado por pesquisadores da Faculdade de Engenharia Agrícola da Universidade Estadual de Campinas (Feagri/Unicamp) no Estado de São Paulo. No estudo, temperaturas diárias acima de 32ºC foram consideradas extremas. O estudo também descobriu que as médias registradas das temperaturas mínimas são bons indicadores de risco. Com esses números, é possível prever aumento ou redução de risco para a atividade caso as médias subam ou desçam, ao longo do tempo.

 

"Algumas reações aos efeitos da mudança do clima na avicultura incluem a redução do consumo de alimento, na performance de poedeiras, nos níveis de fertilidade; atividade reduzida; aumento da mortalidade e surgimento de doenças," detalha a pesquisadora da Embrapa, que lembra outro efeito indireto importante: um cenário de aquecimento global afetaria também as lavouras de grãos, componente majoritário da dieta das aves.

 

Os pesquisadores apostam em novas tecnologias para mitigar esses problemas. "A termotolerância tem sido pesquisada, como, por exemplo, a aclimatação com exposição de aves recém-nascidas ao estresse por calor ou aves com genes que conferem redução no empenamento [aves com menos penas], que são tentativas para se conseguir melhor comportamento nessas condições", diz a pesquisadora. 

 

Pesquisas buscam características avícolas visando a maior adaptação ao aumento de calor. Um dos alvos desse trabalho são as galinhas-africanas de pescoço pelado que poderiam participar de cruzamentos para aprimoramento de linhagens. 

 

Outra solução eficaz estaria no investimento em instalações que amenizem os efeitos de altas temperaturas. "Acredito que o setor avícola tem acompanhado de perto as necessidades e demandas de adaptação que as mudanças do clima impõem a animais de criação, e, como toda atividade econômica, os produtores já devem prever a importância de se investir em novas tecnologias e infraestrutura para manter a produção, sob risco de sofrerem eventuais perdas", ressalta Magda.

 

Avicultura e GEEs

 

Há também linhas de investigação que tentam fazer com que a própria avicultura emita menos gases de efeito estufa (GEEs). Trabalhos com avaliação do ciclo de vida têm mostrado que a produção avícola tem emissões menores que sistemas de produção de carne de bovinos. Na criação de aves, os maiores emissores de GEEs seriam decorrentes da produção de grãos e uso de combustível fóssil para aquecimento das instalações de criação.

A redução dessas emissões poderia ser obtida com  adoção de medidas de conservação que minimizem as necessidades de aquecimento e pela substituição de combustível fóssil por outras fontes de energia, como combustíveis renováveis.

A pesquisadora da Embrapa lembra que a destinação de resíduos e dejetos das aves é outro aspecto importante a ser levado em conta, já que as emissões de metano decorrentes de dejetos animais dependem muito do sistema de manejo de esterco utilizado, bem como das condições e a forma como o sistema é operado. "Sabemos que o confinamento de animais tende a provocar maior produção e concentração de dejetos que, tratados de forma anaeróbia [sem oxigênio], irão produzir metano.

Cristina Tordin (MTB 28499) 

Embrapa Meio Ambiente 

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