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O modelo atualmente conhecido de liderança bem como as competências necessárias para mantê-lo de pé não mais atendem às novíssimas demandas de um mundo no qual os limites entre governo, o setor privado e sociedade estão cada vez mais difusos para o bem e para o mal.
“Governo” não pode mais ser encarado como a instituição centralizadora e autossuficiente que manipula corações e mentes, com variados graus de lucidez, para obter vantagens inconfessáveis e perpetuar-se no poder. Esse modelo, com suas conhecidas variantes, já foi exaustivamente testado desde Clístenes com a democracia em 510 a.C.
Uma empresa não mais subsiste apoiada tão somente nos pilares da competitividade global, da inovação compulsiva e do lucro máximo. Henry Ford hoje seria considerado um déspota sem coração e mesmo um estilo “Steve Jobs Radical” só causa admiração irrestrita naqueles seres que se utilizam da tecnologia como uma substância alucinógena.
A sociedade, bem... Esta já enfrentou tantas mudanças em suas crenças, valores e em sua forma de organização que não mais se deixa cooptar impunemente. A tomada em grande angular das manifestações populares, aqui e no mundo, são apenas um fotograma digitalizado no final de um bloco de imagens pronto para ser editado com surpreendentes recursos de pós-produção.
“Nada será como antes amanhã” como dizia Milton Nascimento.
A nova liderança que se desenha no horizonte é aquela que entrecruza competências das três áreas. Daí ter sido batizada pelos vanguardistas como “trissetorial” cuja visceralidade é sua capacidade de criar soluções sustentáveis e duradouras para todos: governo, empresas e sociedade.
Este tipo de líder ainda é tão raro quanto a ética na política. Mas, já começa a despontar, principalmente, nos países que estão à frente do processo de evolução social no planeta. Seria algo assim como a simbiose de uma Angela Merkel com um Bill Gates e Madre Tereza. O resultado esperado e sobre o qual este líder seria avaliado seria sua capacidade em criar “valor social” ou seja: tudo o que impulsione os seres humanos para sua completa realização na melhor acepção desse termo.
Claro que a única forma para tornar isso possível é a perfeita integração das ações do governo, do setor privado e da sociedade visando a construção de um círculo virtuoso e autossustentado que se traduza em vantagens equitativas para as partes.