Respostas
Os Portugueses que tinham achado o Brasil e os outros europeus que voltavam das Américas, regressavam com toda a espécie de narrativas exóticas, novidades científicas, plantas, animais e até seres humanos, para serem expostos à curiosidade daquele Velho Mundo. Nessa época a Europa deixara para trás o período depois designado de Idade Média , sendo o Continente varrido pelos ventos renovadores do Renascimento.
A América descoberta, encontrada por Colombo, em meio a “mares nunca dantes navegados”, incorporou-se ao imaginário europeu com um leque de atributos que já havia sido destinado a ela numa época em que nem descoberta tinha sido. O fértil imaginário europeu já tinha construído como seu este Novo Mundo, restando para Colombo apenas a comprovação de tudo – e que tudo - o que havia sido produzido pela imaginação e pelo sonho incomensurável de seus contemporâneos.
Os incontáveis círculos eruditos dos geógrafos e dos cartógrafos, respondendo às várias ideologias religiosas e científicas, vinham ao longo dos últimos séculos se questionando e se informando sobre o que existiria “além mar”: riqueza ou devastidão, fortuna ou desespero, humanos ou demônios. Seria o fim do mundo ou um outro mundo ?
Através de variadas narrativas de viajantes como o italiano Marco Pólo e o português Fernão Mendes Pinto, o Oriente havia seduzido a imaginação daquelas sociedades em rápida transformação porém, para a quase totalidade das pessoas, os mares eram vistos como lugares de acesso temerário, habitados por monstros e fustigados pelas tormentas.