Respostas
Os acontecimentos que dominaram a história de África e da Ásia pós-Segunda Guerra Mundial ligam-se às grandes movimentações sociais e políticas que estiveram na origem dos processos de libertação e de longas lutas pela independência e pela liberdade. As histórias recentes destes dois espaços pautam-se por um rasto de luta: luta contra o colonialismo, luta pela independência e pela nova nação, luta contra o neocolonialismo, luta pela educação, pela saúde, pelo desenvolvimento.
Quando pensamos em mulheres e processos de libertação e revoluções em África, pensamos de imediato em mulheres africanas. Todavia, este colóquio procura analisar outra realidade – a presença e a participação das mulheres de ascendência portuguesa nos processos de libertação em Angola e Moçambique nos tempos coloniais, depois da independência e durante a revolução.
O projeto de investigação que está na origem deste colóquio teve como objetivo ir à procura do rosto destas mulheres que, tomando consciência da situação colonial, a ela reagiram. O objetivo deste projeto foi realizar a análise da participação destas mulheres no processo histórico do ativismo político, da luta pela independência e da revolução, através da recolha das suas histórias de vida. Num contexto em que a maioria dos discursos é pronunciada no masculino – veja-se a quantidade de testemunhos de nacionalistas africanos que têm vindo a público – os discursos que fomos recolhendo levantam novas questões sobre os processos de identidade pessoal e nacional e sobre as suas representações, memórias e subjetividades individuais e coletivas. Nesta medida as vozes destas mulheres representam lugares críticos, onde se elaboram olhares e razões-outras que muito podem contribuir para a análise de processos históricos complexos, de conflitos armados e da vida das nações e dos seus membros, enquanto membros de uma comunidade imaginada.
Para debater estas questões, o colóquio reúne a equipa do projeto – teóricos das literaturas africanas escritas em português, historiadores das guerras de resistência ao colonialismo português, analistas do discurso – e conta, enquanto oradoras e comentadoras, com a presença de algumas mulheres cujas histórias foram integradas no corpus da investigação. Pela recolha e tratamento dos seus testemunhos, este projeto detém hoje um arquivo que preencherá uma página em branco das histórias dos processos de libertação e das suas ligações com a história recente de Angola, Moçambique e Portugal.
Os processos de independência de Moçambique e Angola tiveram como consequências a intensificação de guerras civis que se alastraram durante toda a colonização dos seus territórios, refletindo as ideias opostas mantidas por diferentes partidos políticos e grupos étnicos que pensavam de modo diferenciado acerca daquela realidade.
As consequências da independência de Moçambique e de Angola
Esse fato advém das alianças estabelecidas pelos colonizadores portugueses em ambas as regiões, onde alguns moradores foram convencidos dos benefícios do processo enquanto outros entendiam seus malefícios para a economia e para o povo.
Assim, mesmo com a independência, as guerras não cessavam, pois havia o conflito de interesses acerca do futuro daqueles países africanos.
Aprenda mais sobre os impactos dos processos de independência de Moçambique e Angola: brainly.com.br/tarefa/1963574
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