Analise as afirmações que seguem: I - Segundo Aristóteles, a Filosofia nasce com o espanto do homem diante do mundo: II - Para Bertrand Russell, os homens temem o pensamento com medo de atingirem a felicidade: III – A ideologia, segundo Marilena Chauí, cumpre o papel de mascarar a realidade para manter a desigualdade social, a exploração econômica e a dominação política: São verdadeiras as seguintes afirmações:
Escolha uma:
a. Apenas as afirmações I e III.
b. Apenas a afirmação II.
c. Apenas a afirmação I.
d. Apenas as afirmações I e II.
e. Todas as afirmações são verdadeiras.
Respostas
I é verdadeira, sendo este espanto o deparar-se com algo para o qual as explicações tidas como válidas até então não são mais vistas como adequadas ou para o qual nem mesmo existe explicação.
II é verdadeira, sendo o pensamento apontado por Russel como a coisa que os homens mais temem em vida, mais que a própria morte.
III é verdadeira, sendo este um dos aspectos básicos da ideologia, seja ela qual for.
É correta a alternativa E.
Resposta:
a. Apenas as afirmações I e III.
Explicação:
Segundo o texto a baixo não pode ser (e. Todas as afirmações são verdadeiras.) Pois RUSSELL contextualiza de forma diferente no texto abaixo.
Os homens temem o pensamento mais do que qualquer outra coisa
sobre a Terra - mais do que a ruína, mais do que a própria morte. O
pensamento é subversivo, revolucionário, destrutivo e terrível; o
pensamento é impiedoso com os privilégios, com as instituições
estabelecidas e os hábitos cômodos; o pensamento é anárquico e
sem lei, indiferente à autoridade, displicente com a comprovada
sabedoria dos séculos. O pensamento olha para as profundezas do
inferno e não se amedronta. Vê o homem, frágil ponto cercado de
insondáveis abismos de silêncio, e ainda assim sustenta-se
gloriosamente, tão impassível como se fosse o senhor do mundo. O
pensamento é grandioso, ágil e livre, a luz do mundo e a principal
glória do homem.
É preciso que o pensamento se torne propriedade de muitos, e não
privilégio de poucos. Porém, o medo detém os homens - medo de
que suas crenças acalentadas se revelem desilusões, medo de que
as instituições por que pautam suas vidas se revelem danosas,
medo de que eles próprios se revelem menos dignos de respeito do
que supunham ser. Deve o trabalhador pensar livremente sobre a
propriedade? Então, o que acontecerá a nós, os ricos? Devem os
homens pensar livremente sobre o sexo? Então, o que será da
moralidade? Devem os soldados pensar livremente sobre a guerra?
Então, o que será da disciplina militar? Fora com os pensamentos!
Voltemos à obscuridade do preconceito, para que a propriedade
moral e a guerra não fiquem em perigo! É melhor que os homens
sejam parvos, preguiçosos e oprimidos, do que sejam livres seus
pensamentos. Pois, se seus pensamentos fossem livres, eles
poderiam não pensar como nós. E essa desgraça deve ser evitada
a qualquer preço. Assim argumentam os opositores do pensamento
nas profundezas de suas almas. E assim agem em suas igrejas,
suas escolas e suas universidades. (RUSSELL, Bertrand. Nota solta,
sem data).