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s últimas semanas, os cariocas foram surpreendidos por acontecimentos que assustaram seu cotidiano. Houveram tiroteios em favelas, explosão num prédio residencial em São Conrado, vídeo de propina policial no Arco Metropolitano.... Melhor parar por aqui, pois quem começa a ficar tenso, só em escrever, sou eu.
Talvez eu tenha encontrado uma frase que explica tudo isso. Lendo um livro do poeta Guimarães Rosa, escrito em 1956, uma passagem me saltou os olhos, quando disse: "viver é perigoso". Falo de "Grande Sertão: Veredas", obra-prima da literatura brasileira, passada no sertão brasileiro, que chegou a ser adaptada em minissérie da Rede Globo. Essa encantadora obra traz momentos de extrema inspiração e sabedoria do autor, que perfeitamente poderiam transmutar no tempo e encenar os dias de hoje.
Realmente, assiste razão ao magnífico poeta, "viver é muito perigoso", como nos exemplos acima, não importa se em casa ou na rua os acontecimentos da vida surgem. No entanto, permitam-me acrescentar: "...porém, não devemos desanimar". A vida foi feita para os fortes e teimosos, requerendo sempre uma pitadinha de sal para temperá-la ao nosso gosto. Se nos deixarmos abater, seremos atropelados por ela. Acontecimentos indesejáveis, em maior ou menor gravidade, a vida nos dá, contudo, também proporciona momentos de pura leveza. O segredo está na forma em que enfrentamos o problema e na força de sua superação.
Sei o quanto é difícil lidar com problemas que, às vezes, parecem insolúveis; sei também que é fácil ponderar sobre um acontecimento alheio - só quem sente sabe o seu real peso e dimensão. Entretanto, aqueles que têm fé, coragem e perseverança amenizam os obstáculos de sua travessia. Cada dia, hora e minuto temos a oportunidade de agradecer e pedir aos céus que iluminem nossa caminhada, bem como utilizar os ancoradouros do mundo real: a família, os amigos e a religião.
Na realidade, entendo que o poeta com sua frase marcante quis transmitir a seguinte mensagem: "estamos à mercê do nosso destino, por isso, temos que aprender a viver a vida, competindo a nós fazer o presente e projetar o futuro". Podemos fazer a diferença no dia a dia, contribuindo de algum modo para uma vida e um mundo melhor. Pequenas e grandiosas ações podem partir de nossos hábitos para conquistarmos aquilo que dignifica um bem viver. Expresso os bens da vida, do tipo intangível e imaterial, que tanto queremos, mas que o dinheiro não compra: a paz, o amor e a felicidade.