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Os processos de integração econômica são relativamente recentes, tendo adquirido importância após a Segunda Guerra Mundial, período caracterizado por forte crescimento econômico mundial, crescente interdependência e aceleração da transnacionalização do capital. Dentre as formas clássicas de integração econômica, podem ser citadas, dependendo dos respectivos graus de intensidade, as zonas de livre-comércio, as uniões aduaneiras e as uniões econômicas ou mercados comuns.
De um ponto de vista econômico, a integração em seu grau mais intenso (mercado comum) envolve a combinação de dois ou mais mercados nacionais potencialmente complementares, com o objetivo de formar um único mercado, mais amplo e dinâmico e, portanto, mais favorável ao processo de desenvolvimento econômico de cada país que o integra.
Todo processo de integração econômica obriga a uma coordenação política mais estreita entre os seus países-membros, podendo ocorrer, a partir de certo patamar, uma progressiva transferência de parcelas das políticas nacionais às instituições comuns. Qualquer que seja o seu desenho, toda integração econômica se baseia na vontade política dos Estados de, por meio desse processo, obter vantagens econômicas: aumento da produção através da especialização e de um melhor aproveitamento das economias de escala; estímulo à eficiência produtiva, pelo aumento da concorrência interna; melhoria das relações de troca com terceiros países; aumento do poder negociador frente a outros países ou grupos regionais; maior atração de investimentos produtivos internacionais e de novas tecnologias.
A integração traz também no seu bojo a obrigação de uma formulação mais coerente da política econômica interna e conduz, a médio ou longo prazos, às necessárias reformas estruturais, as quais em um contexto puramente nacional poderiam adiar-se sine die.
Inserção competitiva - O Brasil, respondendo às mudanças e às novas estruturas que se delineiam no mundo e que tornam cada vez mais complexo o desafio da inserção competitiva do País na economia internacional, tem participado ativamente do processo integracionista da América do Sul, região que, por óbvias razões geográficas, históricas e econômicas, mobiliza prioritariamente as suas atenções e constitui um espaço natural para as suas relações econômicas externas.
Uma das características mais marcantes da integração econômica na América Latina é a enorme diferença de velocidades do processo antes e depois do início dos anos 80. Até o começo da década passada, a integração latino-americana em geral era antes uma intenção de parte das elites nacionais do continente, inspiradas em teses cepalinas ou na teoria da dependência, do que uma realidade histórica, de números e estatísticas incontestáveis. A integração era mais desejada do que posta em prática, pela simples razão de que as economias não eram suficientemente complementares ou abertas para que houvesse expressivo intercâmbio comercial e financeiro.