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Resposta:
Examinaremos agora as doutrinas de Heráclito e de Parmênides e seus seguidores em termos da controvérsia entre monismo e mobilismo-marcante no século V a. C. e que pode ser tomada como uma espécie de divisor de águas quanto ao sentido e à influência do pensamento dos pré-socráticos na filosofia que se segue, sobretudo no pensamento de Platão.
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Segundo esse filósofo “tudo é movimento, tudo está em fluxo, mas a realidade possui uma unidade básica, uma unidade na pluralidade. Esta “unidade na pluralidade” pode ser entendida também como a unidade dos opostos”. Heráclito vê a realidade marcada pelo conflito entre os opostos, conflito que, todavia não possui um caráter negativo, sendo a garantia do equilíbrio, através da equivalência e reunião dos opostos. Assim, dia e noite, calor e frio, vida e morte são opostos que se complementam.
Com sua famosa frase: “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo”. Logo, completa: “e nós também não somos mais os mesmos”, Heráclito sintetiza exatamente a ideia de realidade em fluxo, pois ao nos banharmos na água, modificamos esta; e a água do rio, nos modifica ambos tornando-se diferentes. O rio simboliza o movimento encontrado em todas as coisas, inclusive, no caso de acréscimo, em nós. A tradição da história da filosofia inaugurada por Hegel viu em Heráclito o primeiro filósofo a desenvolver um pensamento dialético, por valorizar a unidade dos opostos que se integram e não se anulam, e por ver no conflito a causa do movimento no real.