Respostas
Sócrates:
Sócrates procura o conceito. Este é alcançado através de perguntas. As perguntas têm um duplo caráter: ironia e maiêutica. Na ironia, confunde o conhecimento sensível e dogmático. Na maiêutica, dá à luz um novo conhecimento, um aprofundamento, sem, contudo, chegar ao conhecimento absoluto. Por exemplo, querendo apreender o conceito de coragem, dirigia-se ao um general, e perguntava-lhe: — você que é general, poderia me dizer o que é a coragem? O general respondia-lhe: — coragem é atacar o inimigo, nunca recuar. Porém, Sócrates contradizia: — às vezes temos que recuar para melhor contra atacar. E a partir daí continuava o debate ampliando o conceito.
Aristóteles:
Aristóteles afirma que a coragem só se relaciona com alguns perigos e não com todos. Quem não receia a doença não pode ser considerado corajoso, mas louco. O mesmo acontece com quem não receia certos fenômenos da natureza como os terremotos e as inundações o homem corajoso é "o que mantém o sangue-frio nas circunstâncias em que a maior parte ou a totalidade dos homens tem medo".
Em se tratando das qualidades do corajoso, somente a situação de perigo pode dizer se um homem é corajoso ou não. Quem não possui experiência, como as crianças, não pode ser chamado de corajoso. Os que só agem em função das paixões também não podem ser chamados de corajosos. Quando estas se esgotam, deixam de ser corajosos.
Em síntese, o verdadeiro homem de coragem é aquele que, possuído pela razão, enfrenta o perigo em vista do bem.
Platão:
O conceito coragem em Platão ganha um salto de qualidade na medida em que vem entendido numa perspectiva ética. O esforço por uma definição acurada da coragem leva Platão a afirmar, conversando com Laques: “E dos corajosos não só em atuação na guerra, mas igualmente diante dos perigos do mar e aqueles que demonstram coragem diante da doença e da pobreza, ou inclusive nos negócios do Estado” (Laques, 191d).