• Matéria: História
  • Autor: marcospaulomarcos15
  • Perguntado 7 anos atrás

Quais as principais ideias de Richard Dawkins?

Respostas

respondido por: raphaelamorais12
0
tentação de pensar como um planejador é corrente há muito tempo entre os biólogos e os ecologistas pop, e até os ecologistas acadêmicos às vezes se aproximam perigosamente dela. A noção tentadora de ‘predadores prudentes’, por exemplo, foi concebida não por um cabeça de vento abraçador de árvores, mas por um ilustre ecologista americano.

A ideia dos predadores prudentes é a seguinte. Todo mundo sabe que, do ponto de vista da humanidade como um todo, seria melhor se todos nos abstivéssemos de pescar uma espécie de peixe importante, como o bacalhau, até a extinção. É por isso que os governos se reúnem para elaborar cotas e restrições.

É por isso que a malhagem exata das redes de pesca é minuciosamente especificada por decreto do governo, e é por isso que lanchas armadas patrulham os mares em busca de barcos de arrasto ilegais. Nós, os seres humanos, em nossos dias bons e quando devidamente policiados, somos ‘predadores prudentes’.

Portanto — ou assim parece a certos ecologistas —, não deveríamos esperar que os predadores selvagens, como lobos ou leões, possam ser predadores prudentes também? A resposta é não. Não, não, não. E vale a pena entender o motivo, porque é um aspecto interessante, um aspecto para o qual as árvores da floresta, e toda esta palestra, deveriam ter nos preparado.

Um planejador — um designer de ecossistema tendo em mente o bem-estar de toda a comunidade dos animais selvagens — poderia, de fato, calcular uma política ideal de abate que os leões, por exemplo, deveriam adotar. Não peguem mais do que determinada cota de qualquer espécie de antílope. Poupem as fêmeas grávidas e não peguem os adultos jovens, cheios de potencial reprodutivo. Evitem comer membros de espécies raras, que poderão estar em perigo de extinção e que poderão vir a ser úteis no futuro, se as condições mudarem.

Bastaria que todos os leões respeitassem as normas e cotas acordadas, cuidadosamente calculadas para serem ‘sustentáveis’. Não seria uma beleza? E tão sensato. Se fosse possível! Bem, seria sensato, e é o que um designer prescreveria, pelo menos se ele tivesse em mente o bem-estar do ecossistema como um todo. Mas não é o que a seleção natural prescreveria, principalmente porque a seleção natural, desprovida de previdência, não pode prescrever em absoluto. E não é o que acontece.

Imaginem que, por um capricho de diplomacia leonina, a maioria dos leões de uma área desse um jeito de concordar em limitar sua caça a níveis sustentáveis. Mas agora suponham que, nessa população até ali contida e zelosa pelo bem-estar público, surgisse um gene mutante, fazendo com que um leão individual rompesse o acordo e explorasse a população de presas até o extremo, inclusive com o risco de extinguir a espécie da presa.

A seleção natural penalizaria o gene rebelde e egoísta? Infelizmente, não. Os descendentes do leão rebelde, possuidores do gene rebelde, superariam seus rivais e se reproduziriam mais do que eles na população dos leões. Dentro de algumas gerações, o gene rebelde se espalharia pela população e nada restaria do acordo amigável original. Quem obtém a parte do leão transmite os genes.
respondido por: gustaaustriaco
1

Resposta:é a seguinte. Todo mundo sabe que, do ponto de vista da humanidade como um todo, seria melhor se todos nos abstivéssemos de pescar uma espécie de peixe importante, como o bacalhau, até a extinção. É por isso que os governos se reúnem para elaborar cotas e restrições.

É por isso que a malhagem exata das redes de pesca é minuciosamente especificada por decreto do governo, e é por isso que lanchas armadas patrulham os mares em busca de barcos de arrasto ilegais. Nós, os seres humanos, em nossos dias bons e quando devidamente policiados, somos ‘predadores prudentes’.

Portanto — ou assim parece a certos ecologistas —, não deveríamos esperar que os predadores selvagens, como lobos ou leões, possam ser predadores prudentes também? A resposta é não. Não, não, não. E vale a pena entender o motivo, porque é um aspecto interessante, um aspecto para o qual as árvores da floresta, e toda esta palestra, deveriam ter nos preparado.

Um planejador — um designer de ecossistema tendo em mente o bem-estar de toda a comunidade dos animais selvagens — poderia, de fato, calcular uma política ideal de abate que os leões, por exemplo, deveriam adotar. Não peguem mais do que determinada cota de qualquer espécie de antílope. Poupem as fêmeas grávidas e não peguem os adultos jovens, cheios de potencial reprodutivo. Evitem comer membros de espécies raras, que poderão estar em perigo de extinção e que poderão vir a ser úteis no futuro, se as condições mudarem.

Bastaria que todos os leões respeitassem as normas e cotas acordadas, cuidadosamente calculadas para serem ‘sustentáveis’. Não seria uma beleza? E tão sensato. Se fosse possível! Bem, seria sensato, e é o que um designer prescreveria, pelo menos se ele tivesse em mente o bem-estar do ecossistema como um todo. Mas não é o que a seleção natural prescreveria, principalmente porque a seleção natural, desprovida de previdência, não pode prescrever em absoluto. E não é o que acontece.

Imaginem que, por um capricho de diplomacia leonina, a maioria dos leões de uma área desse um jeito de concordar em limitar sua caça a níveis sustentáveis. Mas agora suponham que, nessa população até ali contida e zelosa pelo bem-estar público, surgisse um gene mutante, fazendo com que um leão individual rompesse o acordo e explorasse a população de presas até o extremo, inclusive com o risco de extinguir a espécie da presa.

A seleção natural penalizaria o gene rebelde e egoísta? Infelizmente, não. Os descendentes do leão rebelde, possuidores do gene rebelde, superariam seus rivais e se reproduziriam mais do que eles na população dos leões. Dentro de algumas gerações, o gene rebelde se espalharia pela população e nada restaria do acordo amigável original.

Explicação:

Perguntas similares